Uma
comissão formada pela deputada estadual Cristiane Dantas (PCdoB), representes
das Casas do Estudante do RN, da Secretaria Estadual de Trabalho, Habitação e
Assistência Social (Sethas), da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RN), do
Ministério Público e do Conselho Estadual de Direitos Humanos vai voltar a
discutir a elaboração de um novo Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para
regularizar a relação entre o Governo e as Casas do Estudante do Rio Grande do
Norte. A criação da comissão foi uma sugestão do pronunciamento do
ex-presidente da OAB/RN e membro do membro do Instituto Histórico e Geográfico,
Carlos Gomes.
Esse foi o principal
encaminhamento dado na manhã desta sexta-feira(19), durante a audiência pública
realizada na Assembleia Legislativa, por proposição da deputada Cristiane
Dantas, que debateu a atual situação das Casas do Estudante do estado, que
abrigam cerca de 300 alunos. Na audiência os estudantes de Natal, Mossoró e
Caicó relataram as dificuldades comuns a todos os prédios no que diz respeito à
infraestrutura dos prédios, fornecimento de alimentação, energia elétrica e
regularização jurídica das entidades.
“Nos
últimos cinco anos, as Casas do Estudante sofrem com a falta de infraestrutura.
Na Cidade Alta, a casa Masculina funciona em uma estrutura antiga que necessita
de urgentes reparos já que parte do prédio, como a biblioteca e o refeitório,
está interditada. A realidade semelhante nas demais casas”, disse a deputada ao
abrir o debate.
A
secretária da Sethas, Julianne Faria, informou aos estudantes que o órgão fez o
remanejamento de parte do orçamento para destinar à recuperação da Casa do
Estudante Masculino de Natal e anunciou a abertura de um pregão para a
recuperação ser feita. Ela explicou ainda que juridicamente o Estado não pode
concretizar a fornecimento contínuo da alimentação porque não existe um vínculo
legal entre as partes. O mesmo só poderá ser feito quando as casas criarem o
próprio regimento e regularizarem a inscrição do CNPJ para que a pessoa
jurídica seja reconhecida. “Se fizermos isso, podemos incorrer em crime de
improbidade administrativa. Por isso, recorremos às orientações do Ministério
Público sobre qual caminho podemos seguir sem que haja implicações futuras
dessa questão”, frisou Julianne Faria.
Durante
a audiência, várias sugestões foram apresentadas para solucionar o problema das
Casas do Estudante. O Ministério Público, por meio do promotor Jann Polacek
Cardoso, sugeriu que as entidades cedam a administração das Casas ao Estado.
“Só assim haveria a possibilidade do estado fornecer com regularidade os
insumos de alimentação e material de limpeza e se tornar responsável legal pela
manutenção das Casas nos moldes de uma residência universitária”, completou o
promotor, responsável pela elaboração do primeiro TAC em 2009.
O
presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos e da Cidadania, Marcos
Dionísio, sugeriu ainda a criação de um fundo, que seria criado por meio de um
projeto de lei, para garantir a manutenção das casas futuramente e se dispôs a
procurar a Cosern a fim de evitar o corte de energia das casas. O representante
da OAB/RN, Urbano Medeiros, disse que a entidade está à disposição para
contribuir com a regularização jurídica das entidades.
Ainda
foi deliberada na audiência, a realização de uma reunião da comissão marcada
para próxima quinta-feira (25), às 9h, na Assembleia Legislativa para discutir
a elaboração do TAC e a organização do cadastramento dos estudantes. A Sethas
também anunciou aos estudantes das quatro casas o fornecimento emergencial da
alimentação por meio dos restaurantes populares de Natal, Mossoró e Caicó,
mediante um cadastro simples para controle dos beneficiados.
A mesa dos trabalhos foi
presidida pela deputada Cristiane Dantas e contou com a participação da
Secretária do Trabalho e Assistência Social, Juliane Faria, do representante do
Ministério Público, Jann Polacek; representante da OAB, Urbano Medeiros; do
presidente do Conselho Estadual dos Direitos Humanos, Marcos Dionísio;
representante da casa mista de estudante de Caicó, Elenice Oliveira,
representante da casa feminina de Natal, Patrícia Queiroz; do vice-presidente
da Casa do Estudante de Natal, Serafim do Nascimento; do representante da Casa
do Estudante de Mossoró, Rivelino Oliveira e o representante do Instituto
Histórico e Geográfico, Carlos Gomes.
“As casas necessitam do
apoio do poder público e da sociedade civil para a solução dos problemas. Entre
as sugestões que tiramos desta audiência estão, a formação de um conselho
gestor para recadastramento dos estudantes que residem nessas casas, a
regularização da documentação dos prédios e a elaboração do regimento interno.
Vamos elaborar, também, um projeto de Lei para regularizar toda a situação”,
afirmou a deputada Cristiane Dantas.
Para
os estudantes a audiência foi bastante propositiva por esclarecer dúvidas
jurídicas sobre as casas, bem como encaminhou sugestões que poderão resolver o
problema das entidades. “Fico satisfeita por ver que há uma disposição em
solucionar todas as nossas dificuldades e vamos aguardar os próximos passos que
serão determinantes para que a Casa do Estudante possa por muitos anos
continuar sendo espaço de amparo para os jovens que buscam uma melhor
formação”, declarou a representante da Casa de Caicó, Elenice Luanara.
*Fotos: Aline Bezerra
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