Brasília – Os brasileiros, com mais de 60 anos, sonham em viver ao
lado de companheiros que saibam compartilhar bons e maus momentos. Mas
reclamam do mau-humor, do egoísmo, da frieza e desrespeito com que são
tratados. No Brasil, há aproximadamente 22,3 milhões de idosos, dos
quais 15,5 milhões são homens e mulheres que chefiam suas famílias e
fazem planos para o futuro. A conclusão está na pesquisa Idosos no Brasil, do Instituto DataPopular, entidade de consultoria.
O diretor do Instituto DataPopular, Renato Meirelles, fez o
levantamento de dados com base na Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), nas principais cidades das cinco regiões do país, de outubro a
dezembro de 2012.
“São pessoas que buscam o companheirismo e, não o suporte. São
pessoas que querem companhia e não gostam de ficar sozinhas, mas
reclamam também da forma como são tratadas”, disse à Agência Brasil.
Apesar de ainda não estar na faixa acima dos 60 anos, a aposentada
Cleuza Maia dos Santos, de 56 anos, que mora em Planaltina de Goiás,
resume nas suas observações o que a pesquisa concluiu. “As pessoas não
têm mais paciência para andar com os idosos. Vejo muitos andando
sozinhos por aí. Eu mesma tenho seis filhos e quando preciso de um para
acompanhar não encontro. Estão todos ocupados. Já vi alguns idosos serem
agredidos com palavras e com gestos”, contou.
A maioria dos idosos vive com alguém da família. Do total, cerca de
2,7 milhões dos homens e mulheres, com mais de 60 anos, moram sozinhos.
Dos solitários, 1,8 milhão é formado por mulheres, enquanto 938 mil são
homens. “O mais interessante da pesquisa foi verificar que essas pessoas
continuam com esperança no futuro em serem felizes ou, como em alguns
casos, em voltar a ser feliz”, ressaltou Meirelles.
A pesquisa destacou também o perfil por gênero dos idosos. Do total
de brasileiros, com mais de 60 anos, 55% são mulheres. Elas também são
maioria em todas as faixas etárias – de 60 a mais de 100 anos. Nas
faixas de 90 a 99 anos, 61,85% são mulheres, e acima de 100 anos, elas
são 75%. “De uma forma geral, todos eles reclamam de um mesmo aspecto: o
egoísmo das pessoas”, disse Meirelles.
O aposentado Manoel Lopes, de 61 anos, separado, também reclama da
forma como os mais jovens tratam os idosos. “Acham que porque a pessoa
está na terceira idade não vale mais nada, estão inativas. Fazem pouco
caso dos idosos”, disse.
Via Agência Brasil - Renata Giraldi
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