RIO — Depósitos feitos na caderneta de poupança a partir desta sexta-feira (4) estarão sujeitos a render menos juros do que antes quando a taxa básica de juros, a Selic, estiver igual ou abaixo de 8,5% ao ano. Hoje a Selic está em 9%. Mas especialistas alertam que não é preciso se precipitar e retirar dinheiro da poupança.
O rendimento da poupança para o dinheiro depositado até quinta-feira (3) continua sendo de 0,5% ao mês (6,17% ao ano) mais Taxa de Referência (TR).
Mas depósitos feitos a partir desta sexta-feira terão o rendimento equivalente à soma da TR com 70% da taxa Selic, sempre que a taxa estiver igual ou abaixo de 8,5% ao ano. O Banco Central já indicou que a taxa Selic pode cair de 9% para 8,5% ao ano, na reunião de 30 de maio.
— Sugiro que não mexa quem já tem a poupança antiga, que não se precipite
— diz Samy Dana, professor de finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV) de São Paulo.
Gilberto Braga, professor de finanças do IBMEC no Rio, concorda que a poupança antiga continua mais rentável do que uma série de investimentos em títulos públicos.
— Não vai mudar nada por enquanto. Não é motivação suficiente para migrar o dinheiro para outros investimentos ou para consumo.
O consultor financeiro Francis Hesse também concorda que o investidor que já tem dinheiro na poupança deve mantê-lo nesta aplicação, já que as mudanças atingem apenas os novos depósitos. Para ele, a poupança continua sendo a melhor aplicação para quem quer deixar o dinheiro investido no curto prazo.
- A taxa de retorno é boa (TR mais 6% ao ano), não há cobrança de Imposto de Renda ou taxa de administração e a liquidez é diária - diz o consultor.
Já para os novos investidores, Hesse avalia que é preciso analisar caso a caso.
Por exemplo, para um investidor que tem R$ 1.000,00 para investir e precisa do dinheiro no curto prazo, a poupança continua sendo um bom produto.
- Um fundo de investimento ou o CDB de um banco nesse caso são inviáveis pelo valor do investimento. A poupança é a melhor indicação. Mas se o investidor quiser aplicar por um prazo mais longo, outra opção é o Tesouro Direto - avalia Hesse.
Ele lembra que ao aplicar no Tesouro Direto, o investidor pagará taxa de corretagem nas corretoras, mas elas são menores que as taxas de administração dos fundos. A desvantagem em relação à poupança é a liquidez.
- Na poupança, a liquidez é diária. Ao comprar um título do Tesouro Direto o investidor terá que vendê-lo no mercado, se precisar do dinheiro antes do vencimento do papel. E as vendas acontecem apenas às quartas-feiras. Quem vende o título antes do vencimento, também perde rentabilidade - avalia o consultor.
Já para investidores que possuem R$ 50 mil, é possível conseguir taxas de administração mais baixas em fundos de investimento.
Da redação
Fonte: O Globo
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