Em busca de um vice para a chapa presidencial de Ciro Gomes, o PDT mantém conversas com a ex-ministra Marina Silva (Rede). A negociação foi admitida pelo presidente do partido, Carlos Lupi, ao portal iG. Mas, segundo o dirigente, não há definição.
“É uma conversa antiga, mas não teve nenhuma evolução, está tudo em fase de conversa”, disse Lupi.
A possível aliança animou a militância pedetista. Após a informação do jornalista Gustavo Uribe, da CNN, de que Ciro estaria tentando convencer Marina Silva a ingressar na campanha do presidenciável, o assunto chegou aos Trending Topics do Twitter.
O desejo do PDT de ter a ambientalista Marina Silva como vice mostra uma mudança de estratégia em relação a 2018, quando o partido escolheu a pecuarista e ex-presidente da Confederação Nacional da Agricultura, senadora Kátia Abreu (PDT-TO) para a chapa. As duas defendem interesses antagônicos.
Mudança no tabuleiro político
Para Rodrigo Prando, cientista político e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, uma eventual aliança entre os dois teria um grande valor simbólico, mas pequeno do ponto de vista eleitoral.
“Tem um valor simbólico importante, pois são dois políticos que já disputaram juntos a presidência da República se unindo em uma chapa única, mas pouco impacto eleitoral. O Ciro está com sua candidatura estagnada, e a Marina também não foi bem na última eleição. É um movimento que mostra um diálogo importante, um recado dado inclusive para o PT, mas, em termos de impacto eleitoral e de voto — que é o que interessa para ser eleito — não consegue impulsionar”, avalia.
Ciro aparece em quarto lugar nas últimas pesquisas de intenção de voto, atrás de Lula (PT), que vence em todos os cenários, Bolsonaro (PL) e Sergio Moro (Podemos), que recentemente ultrapassou o pedetista.
Para Rodrigo Prando, uma aliança com Marina seria um a aceno ao centro e à centro-esquerda e, por isso, dificilmente tiraria votos de Sergio Moro, atualmente seu rival direto nas pesquisas. Ele pontua, porém, que Marina como vice tem muito mais pontos em comum com Ciro do que Kátia Abreu, escolhida no pleito passado.
“Não retiraria voto do Moro. O eleitor do Moro é lavajatista, conservador, que tem alguma ligação com as Forças Armadas, com o discurso da segurança pública e da corrupção, diferentemente do que defendem Marina e o Ciro, que têm experiência política e capacidade de gestão, coisa que o Sérgio Moro não tem ou terá de provar. A aliança busca trazer alguém de esquerda que está descontente com o Lula. O PDT busca sinalizar para o público que tem na Marina uma pessoa que atua em prol das questões ambientais, da sustentabilidade, trazer para a candidatura do Ciro alguém que, no campo democrático, estaria mais próximo dele.”
Fonte:IG/Daltro Emerenciano
Ciro 2022. O Brasil precisa encontrar o caminho do trabalho sério.
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