A 8ª Turma do Tribunal Regional
Federal da 4ª Região (TRF4) decidiu ontem (6), por unanimidade, manter a
condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a 17 anos de prisão no
caso do sítio em Atibaia (SP). Por meio de julgamento virtual, os
desembargadores negaram recurso protocolado pela defesa. O ex-presidente ainda
pode recorrer em liberdade.
Em novembro do ano passado, o
colegiado aumentou a pena de Lula de 12 anos e 11 meses para 17 anos, 1 mês e
10 dias de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Foi a
segunda condenação do ex-presidente na Operação Lava Jato. A primeira se deu no
caso do tríplex no Guarujá (SP).
De acordo com a sentença da
primeira instância, Lula recebeu vantagens indevidas das empreiteiras Odebrecht
e OAS por meio da reforma do sítio em Atibaia que costumava frequentar com a
família.
A obra teria custado mais de R$ 1
milhão, e o dinheiro teria sido descontado de propinas devidas pelas empresas em
troca de favorecimento ilícito em contratos com Petrobras, segundo a denúncia
do Ministério Público Federal (MPF), que foi acolhida pela juíza Gabriela
Hardt.
Defesa
Em nota, a defesa do
ex-presidente considerou a condenação injusta e arbitrária. Os advogados também
contestaram o fato de os recursos serem julgados por meio virtual.
“Com a rejeição do recurso,
diversas omissões, contradições e obscuridades apontadas em recurso de 318
laudas e que dizem respeito a aspectos essenciais do processo e do mérito do
caso deixaram de ser sanadas — inclusive o fato de Lula ter sido condenado
nessa ação com base na afirmação de que 'seria o principal articulador e
avalista de um esquema de corrupção que assolou a Petrobras', em manifesta
contradição com sentença definitiva que foi proferida pela 12ª Vara Federal de
Brasília, que absolveu o ex-presidente dessa condenação˜, declarou a defesa.
*Foto: José Cruz/Agência Brasil
*Foto: José Cruz/Agência Brasil
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