O ministro Jorge Mussi, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), anulou
nesta segunda-feira, 17, uma decisão do Tribunal Regional Eleitoral do
Rio Grande do Norte (TRE-RN) que havia invalidado os votos recebidos
pelo candidato a deputado federal Kériclis Alves Ribeiro, mais conhecido
como Kerinho (PDT).
Com o despacho, o caso terá de ser novamente julgado pelo TRE-RN, e
um novo entendimento da Corte poderá resultar em uma mudança na
composição dos eleitos para a Câmara Federal no Estado. Com a validação
dos votos de Kerinho, Beto Rosado (Progressistas) tomaria a vaga do
deputado eleito Fernando Mineiro (PT).
Integrante da coligação “100% RN”, Kerinho obteve no último pleito
8.990 votos, que não foram considerados na apuração. O candidato do PDT
foi declarado inelegível pelo TRE-RN por supostamente não ter obedecido
aos prazos para entrega de documentos na Justiça Eleitoral no momento do
registro de candidatura. A defesa de Kerinho sustenta desde então que
respeitou os prazos.
Na decisão desta segunda-feira, Jorge Mussi entendeu que houve um
“erro judiciário” no caso. O ministro reconheceu, fundamentado em um
relatório da Coordenadoria de Sistemas Eleitorais, que Kerinho
apresentou sua documentação no prazo correto, mas que o sistema de
registro de candidaturas do TSE não processou as informações
corretamente – o que gerou, depois, a inelegibilidade.
De acordo com o relatório que serviu de base para a decisão de Jorge
Mussi, Kerinho entregou a documentação às 18h41 do dia 14 de agosto de
2018, ou seja, faltando pouco mais de três horas para o encerramento do
prazo. “Como o envio foi feito próximo ao prazo final, acreditamos que
as instabilidades provocadas pelo grande volume de arquivos recebidos
naquele dia tenham (sic) causado erro e o não processamento dos arquivos
do candidato em questão”, aponta o documento.
Na avaliação do ministro do TSE, “o erro cometido pelo aparelho
judicial não pode reverter em prejuízo de sua vítima [no caso, Kerinho e
sua coligação]”. “Assim, diante das especificidades do caso concreto, é
forçoso reconhecer a falha da Justiça Eleitoral, anulando-se o aresto
[decisão] regional”, destacou Mussi.
Ao determinar o retorno do processo ao TRE-RN, ao qual caberá dar a
palavra final no caso, Jorge Mussi assinalou que não cabe ao TSE “aferir
a presença ou não dos requisitos do registro, sob pena de supressão de
instância”.
Se Kerinho tiver a candidatura confirmada, o que vai depender do
exame final do TRE-RN, a recontagem dos votos vai alterar o quadro de
eleitos para deputado federal. Isso porque a coligação de Kerinho, a
100% RN, ultrapassaria em número de votos a coligação Do Lado Certo. Com
isso, o deputado eleito Fernando Mineiro perderia a vaga para Beto
Rosado.
*AgoraRN
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é importante! Este espaço tem como objetivo dar a você leitor, oportunidade para que você possa expressar sua opinião de forma correta e clara sobre o fato abordado nesta página.
Salientamos, que as opiniões expostas neste espaço, não necessariamente condizem com a opinião deste Editor.
COMENTÁRIOS QUE TENHAM A INTENÇÃO DE DENEGRIR QUEM QUER QUE SEJA, SERÃO EXCLUÍDOS