A Comissão Mista de Orçamento aprovou na última quinta-feira (13) o
relatório final do senador Waldemir Moka (MDB-MS) ao Projeto da Lei
Orçamentária de 2019. O texto será analisado na semana que vem no
Plenário do Congresso Nacional. O presidente do Senado, Eunício
Oliveira, ainda vai marcar a data da votação.
O parecer aprovado traz duas novidades. Primeiro, amplia em R$ 600
milhões os recursos para o custeio da saúde. O dinheiro será usado pelo
Ministério da Saúde para bancar o reajuste dos agentes comunitários de
saúde e agentes de endemias, previsto na Lei 13.708/18. A lei foi
sancionada pelo presidente Michel Temer em agosto com veto ao aumento
salarial. Poucos dias após a sanção, o governo enviou a proposta
orçamentária à comissão sem a previsão de despesa para o aumento.
Como o veto foi derrubado pelo Congresso em outubro, houve a
necessidade de adequar a proposta à despesa salarial, que, por ser
prevista em lei, é de caráter obrigatório. “Como foi o Congresso que
criou essa despesa, achei que comissão tinha que oferecer uma saída”,
afirmou Moka.
O piso atual dos agentes é de R$ 1.014,00 e passará a ser de R$
1.250,00 a partir de janeiro. O Ministério da Saúde afirma que o impacto
do aumento será de R$ 1 bilhão. Os recursos disponibilizados pelo
relator-geral garantem parte do impacto no próximo ano.
Bolsa Família
A segunda novidade do relatório final é a retirada de R$ 9,3 bilhões
do programa Bolsa Família que estavam na proposta enviada pelo governo
como despesa condicionada – os gastos só seriam realizados após o
Congresso aprovar, no próximo ano, um projeto de crédito suplementar.
Pela proposta orçamentária, dos R$ 29,5 bilhões reservados para o Bolsa
Família, 49,9% estavam em despesa condicionada. A medida foi muito
criticada no Congresso, que temeu a fragilização do programa social, que
atenderá 13,6 milhões de famílias em 2019.
Com o relatório final, restaram como despesa condicionada apenas R$
6,5 bilhões. O resto está garantido no orçamento e poderá ser executado
de imediato. Caso queira reforçar o programa com esse valor, o governo
Jair Bolsonaro terá que enviar o projeto de crédito.
Servidores
O relatório final mantém os recursos para bancar o reajuste de 209
mil servidores civis ativos e 163 mil inativos do Executivo em 2019. Os
aumentos estão previstos em oito leis de 2016 e 2017. Apesar de o
governo ter editado uma medida provisória (MP 849/18) postergando os
aumentos, a proposta orçamentária foi elaborada com valores necessários
para correção salarial.
A proposta prevê salário mínimo de R$ 1.006 a partir de 1º de janeiro
(aumento de 5,45% sobre o atual) e mantém R$ 3,7 bilhões para o
programa Mais Médicos, alvo recente de polêmica após o governo cubano
"repatriar" os médicos da ilha que atendiam no Brasil.
Entre os ministérios, três tiveram reforço orçamentário em relação
aos demais no relatório geral: Desenvolvimento Social (R$ 8,7 bilhões a
mais), Saúde (R$ 3 bilhões) e Cidades (R$ 1,4 bilhão). Os aumentos
decorrem das emendas apresentadas por deputados e senadores ao projeto
orçamentário e focam investimentos e custeio nessas pastas.
Fonte: Agência Câmara
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é importante! Este espaço tem como objetivo dar a você leitor, oportunidade para que você possa expressar sua opinião de forma correta e clara sobre o fato abordado nesta página.
Salientamos, que as opiniões expostas neste espaço, não necessariamente condizem com a opinião deste Editor.
COMENTÁRIOS QUE TENHAM A INTENÇÃO DE DENEGRIR QUEM QUER QUE SEJA, SERÃO EXCLUÍDOS