terça-feira, 17 de junho de 2014

NEY LOPES: "O DEM-RN é um partido moribundo, sem fisionomia própria, submisso. Implora ao PMDB e ao PSB oxigênio para respirar nesta eleição de 2014"

Na convenção do DEM fatos lamentáveis e melancólicos que devem ficar na história do RN

 Para que a opinião pública não esqueça, o blog comenta a seguir fatos melancólicos e lamentáveis ocorridos ontem, 15, na Convenção do DEM-RN.

Realmente, um espetáculo triste.

Como previsto venceu a cúpula do partido, que com “mão de ferro” expulsou militantes históricos, dentre eles, a governadora Rosalba Ciarlini, que não terá legenda para disputar a sua própria reeleição.

O partido perdeu estatura, expressão, credibilidade e respeito dos cidadãos.
Passou a ser um mero apêndice de outras siglas, em busca de “restos” ou “sobras” de outros quocientes eleitorais, que possam garantir a reeleição de um deputado federal, filho do Presidente Senador José Agripino e outros parlamentares estaduais.

Um quadro típico de velório político.

O resultado da votação mostra a profunda divisão do DEM-RM.

Na apuração dos votos, os seus dirigentes não tiveram o apoio que esperavam, mesmo agindo de “cima para baixo”, atropelando regras, normas democráticas e distorcendo a lei eleitoral, para justificar o que desejavam fazer.

A “cassação branca” da governadora Rosalba Ciarlini foi aprovada por 121 votos dos 243 convencionais aptos a votar.

A soma dos votos favoráveis à Rosalba Ciarlini (63), abstenções (48); brancos (2) e nulos (9) totalizou 122 votos.

48 convencionais não compareceram à Convenção, por vergonha, tristeza, ou – o mais provável – pela pressão que receberam do comando do Partido, que não conseguindo o apoio pedia a ausência.
Nota-se que a soma das abstenções, brancos e nulos (122) daria vitória à governadora Rosalba Ciarlini, por um voto de diferença.


Se considerados os 48 ausentes, a verdadeira maioria do partido não aceitou o papel de algoz de Rosalba Ciarlini, cassando-a indiretamente do direito de disputar à reeleição, com o único objetivo de “ajudar” e “apoiar” adversários históricos como Henrique Alves e Vilma de Faria.

Além dos números apurados na Convenção, dois episódios ilegais e autoritários marcaram a Convenção do DEM, que precisam ser registrados para ficarem na história política do Estado.
Primeiro, a forma autoritária como o senador José Agripino conduziu a votação, sem nenhum compromisso com a democracia e a liberdade de expressão.

Antes do início da votação, o senador deu “a última palavra” de orientação aos convencionais, mostrando os fatos de forma errônea e equivocada.

Em seguida, negou a palavra ao editor do blog, ex-deputado federal por seis legislaturas, fundador do DEM e membro nato do Diretório Nacional do Partido, que desejava apenas esclarecer os pontos abordados.

O editor insistiu e o senador José Agripino fez “ouvido de mercador” e com repetido desdém negou-lhe o direito sagrado de fazer uma intervenção, mesmo diante dos protestos dos presentes que gritavam “fala Ney…”.

Solitariamente, sem permitir contestação e ainda alegando que colocaria o nome de Rosalba Ciarlini por mera concessão, afirmou o senador que os convencionais teriam APENAS duas opções de voto: uma seria aprovar a coligação proporcional com o PMDB, PSB e vários outros partidos, que vincularia a pretensão do seu filho deputado Felipe Maia, único candidato a deputado federal e demais candidatos a deputado estadual.

Outra opção seria aprovar a candidatura de Rosalba Ciarlini à reeleição de governadora do Estado, o que segundo ele impediria as candidaturas proporcionais.
Nota-se a visível ameaça, sem qualquer apoio legal.

Jamais aprovar o pedido de Rosalba Ciarlini de ser candidata à reeleição  significaria o impedimento das candidaturas proporcionais.

Sobre a aprovação de Rosalba, o senador citou um Parecer jurídico de advogado de Brasília, seu subordinado na direção do DEM, que alegava a impossibilidade de aprovação de nome para Governador, sem a indicação de um nome para vice.

O senador José Agripino, desejando pousar de democrata, o que era impossível, declarou que colocaria em votação o pedido de Rosalba Ciarlini que pleiteava a reeleição, mesmo diante do parecer jurídico contrário do seu subordinado advogado brasiliense.

A decisão do senador José Agripino não teve nenhuma conotação de liberalidade.
Compreensão e liberalidade ocorrem, quando alguém renuncia algo realmente existente, que prejudicaria terceiros.

No caso do pedido de aprovação do nome de Rosalba Ciarlini inexistia qualquer tipo de proibição, ou ilegalidade.

O parecer jurídico citado pelo senador José Agripino era absolutamente inconsistente.
Sem nenhuma lógica jurídica.

O autor da opinião jurídica esqueceu que no dia anterior, o PSDB em convenção nacional indicara o nome de Aécio Neves para a presidência e não indicou o nome do vice.
Por que o PSDB agiu assim?

Porque, a convenção pode votar apenas o nome do indicado para o cargo majoritário e delegar à Comissão Executiva a indicação dos nomes para vice, senador e suplentes.

Outra alternativa absolutamente legal seria o DEM-RN aprovar o nome de Rosalba e convocar uma Convenção Extraordinária para fechar a chapa, já que o prazo só termina em 30 de junho.
Nada impediria essa deliberação da Convenção do DEM-RN, pelo fato de que no direito eleitoral brasileiro a autonomia partidária é ampla e a Convenção dá a palavra final sobre assuntos que digam respeito aos interesses internos do partido (interna corporis).

O senador José Agripino autoritariamente desconheceu todas as alternativas legais existentes, fechou-se em Copa, afastou a oportunidade do editor do blog intervir, explicar e iniciou a votação.
A forma correta e legal do DEM-RN abrir a votação dos Convencionais seria colocar na cédula de votação três opções: (a) apoiar ou não o partido coligar-se com Henrique e Vilma (PMDB e PSB); (B) autorizar coligação na eleição proporcional, com partidos que não tivessem candidatos majoritários e (3) aprovar os nomes daqueles que pleitearam candidaturas ao governo do estado, deputado federal e estadual.

Esse seria o critério limpo, honesto, sem máculas.

O que aconteceu foi uma imposição e ilegalidade.

Como se não bastasse, um segundo episódio lamentável ocorreu na Convenção.

A senhora Abigail de Andrade Souza, esposa do editor do blog e mãe do ex-vereador Ney Lopes de Souza Junior, chegou ao recinto da Convenção para votar e lhe foi negado o direito de voto na Convenção.

Justificou-se que para encerrar a Convenção mais cedo, por acordo, os suplentes dos convencionais já haviam votado, mesmo sem ter sido comprovada a ausência do titular.

Mesmo em tal situação e diante da notória ausência de convencionais, o mínimo que deveria ter sido feito seria a colheita do voto da senhora Abigail Souza, que dedicou parte de sua vida na propagação da liderança do senador José Agripino, através das ações do  seu esposo, deputado federal por seis legislaturas, Ney Lopes, fundador do DEM e membro nato do Diretório Nacional do Partido.

Verdadeiro absurdo e desrespeito aos votantes.

Ato de força, ditatorial, humilhação e autoritarismo.

Essa a verdadeira história de um dos espetáculos mais deprimentes da história política do Estado.
A opinião pública precisa ter conhecimento para agir conscientemente na hora de votar.

O DEM-RN é um partido moribundo, sem fisionomia própria, submisso.

Implora ao PMDB e ao PSB oxigênio para respirar nesta eleição de 2014.

Mesmo que consiga esse oxigênio, por “trocas e compensações”, certamente sobreviverá por pouco tempo.

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