Vinicius Romão foi entrevistado na manhã desta quinta-feira (27) por
Fátima Bernardes no programa "Encontro". Na atração, o vendedor contou
como foram os 16 dias que passou preso: "Todos que entram na
penitenciária raspam o cabelo. E eu me senti desmoralizado", disse. E
explicou: "Sempre gostei de ter o meu cabelo grande, de seguir minhas
origens. Gosto do meu cabelo black power, manter meu estilo próprio".
No
programa, Vinicius, que é formado em psicologia e fez uma participação
na novela "Lado a Lado", explicou que dividiu a cela com outros 15
presos pelo fato de a liberação para ir para uma cela especial só ter
chegado na última segunda-feira, um dia antes do juiz conceder sua
liberdade provisória.
Em um momento de bastante emoção, Vinicius
conversou por telefone, ao vivo, com a copeira Dalva Moreira da Costa,
que teve sua bolsa roubada no dia 10 de fevereiro e reconheceu o
vendedor como o suposto ladrão. "Eu quero pedir perdão a ele. E eu estou
aqui para ajudar e reconhecer meu erro. Fiquei muito abalada", disse
Dalva, entre lágrimas.
A copeira explicou que assim que foi
assaltada voltou com policiais até o local do roubo e que logo avistou
Vinicius, descendo de uma passarela. "No momento em que aconteceu eu
fiquei nervosa, o local é escuro. Eu tenho problema de vista, eu estava
sem os óculos porque o ladrão tinha levado a minha bolsa com tudo. E
infelizmente ele parecia com o suposto ladrão. Aí o policial falou: 'É
ele?'. Eu falei: 'É parecido'. O ladrão tinha cabelo black, tinha cor
escura... Quando cheguei na delegacia e falaram que ele não tinha
nenhuma passagem pela polícia e pensei: "Meu Deus, será que aconteceu
alguma confusão?", contou.
Após o pedido de perdão, Vinicius Romão
também falou com Dalva: "Eu não guardo rancor da senhora. Espero que
Deus ilumine a sua vida. Espero que a senhora siga o seu caminho, que eu
quero seguir o meu também. De todas as coisas ruins eu tiro uma lição
boa. E a lição que eu tirei é que a união faz a força, que eu tenho que
me unir mais a meu pai, vi os amigos maravilhosos que eu tenho e agora é
só paz", encerrou.
*PurePeople
Foto Reprodução
Ministra da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), Maria do Rosário: "Erra a polícia, o MP-RJ, as instituições e o Estado, o que me inclui,
que apontaram o dedo acusando um negro, que não teve condições de ser
ouvido e demonstrar que não era ele. Isso demonstra, provavelmente, uma
situação também de racismo institucional, que nós não podemos aceitar no
Brasil", disse.
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