quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
MEU SERTÃO TÁ INDO EMBORA por Honório de Medeiros ( no seu Blog)
No meu Sertão, essa Mesopotâmia que fica entre o São Francisco e o
Parnaíba como o diz François Silvestre, desaparecem lentamente a
parteira, a curandeira (farmacopéia nativa), a rezadeira, o cantador de
viola, o cordelista, o xilogravurista, o vaqueiro, o armeiro, o
forrozeiro de pé-de-serra, várias plantas e animais. Isso é o que eu me
lembro. Tem muito mais. O próprio dialeto do Sertão, se posso chamar
assim, está ferido de morte. A noção de honra, tão própria do sertanejo,
esvaiu-se na vala comum da ética da malandragem, onde ser esperto é
levar vantagem em tudo. Toda uma cultura desaparece lentamente. Um pouco
mais à frente seremos todos iguais, todos medíocres, todos alienados…
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