Brasília - A maioria dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) votou contra a concessão de registro ao partido Rede
Sustentabilidade, fundado pela ex-senadora Marina Silva. Os ministros
entenderam que a legenda não conseguiu o número mínimo de 492 mil
assinaturas de apoiadores exigido pela Justiça Eleitoral. Com a decisão,
o partido não poderá participar das eleições do ano que vem. O prazo
final para registro de partidos termina no sábado (5).O julgamento ainda
não terminou, faltam os votos de três ministros.
Os ministros João Otávio de Noronha, Henrique Neves e Luciana Lóssio seguiram voto da relatora do processo, ministra Laurita Vaz. A relatora entendeu que não é possível validar no TSE as 95 mil assinaturas que foram invalidadas pelos cartórios eleitorais.
Em seu voto, Noronha disse que a ex-senadora Marina Silva é "um exemplo
de ética na política', no entanto, declarou que não pode votar a favor
do registro do partido, porque não foram validadas as assinaturas
mínimas de apoiadores. Henrique Neves também entendeu que as assinaturas
não foram suficientes.
A ministra Luciana Lóssio destacou que o processo de colheita das
assinaturas foi feito com "filtro ético e com lisura", mas não cumpriu a
regra mínima. Sobre a alegação de que certidões foram anuladas sem
justificativa, a ministra disse que o fato não foi questionado pelo
partido no processo. "Houve recurso dessas recusas? As recusas foram
questionadas a tempo? Pelo que pude compreender, a resposta é negativa.
Não cabe agora ao TSE validar, por presunção, as certidões", declarou.
O advogado do partido, Torquato Jardim, disse que a Rede conseguiu
mais de 900 mil assinaturas e que houve diversas irregularidades
cometidas pelos cartórios eleitorais, responsáveis pela validação das
assinaturas dos apoiadores. Jardim citou a anulação de 95 mil
assinaturas sem justificativa e a falta de cumprimento do prazo de 15
dias para que os cartórios certificassem os apoiamentos. ˜Ë inadmissível
que possa o Estado restringir o direito fundamental [criação de partido
político] em razão da má-gestão", argumentou.
O vice-procurador eleitoral, Eugênio Aragão, manifestou-se contra a
concessão do registro. Segundo Aragão, o partido não obteve o número
mínimo de 492 mil assinaturas necessárias para a obtenção do registro.
Para o procurador, a legenda conseguiu validar 442.500 assinaturas."A
Rede Sustentabilidade cumpriu todos os requisitos, menos o número mínimo
das assinaturas de apoiadores. Esse dado é fatal", disse.
Via Agência Brasil
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