CARACAS - A briga entre a oposição e o governo na Venezuela se
intensificou nesta terça-feira e acabou em pancadaria durante sessão da
Assembleia Nacional. Pelo menos 17 deputados da oposição e cinco
governistas ficaram feridos após confronto físico. A confusão começou
depois que os partidários do governo, que são maioria na Assembleia de
165 deputados, negaram pela segunda sessão ordinária consecutiva o
direito de palavra à oposição, até o reconhecimento dos resultados
eleitorais.
O presidente da Assembleia, Diosdado Cabello, disse que suspenderia o
direito de palavra da oposição até que ela reconheça o herdeiro político
de Hugo Chávez, Nicolás Maduro, como presidente eleito.
Nas eleições de 14 de abril, Maduro venceu por uma apertada margem de
votos o candidato de oposição, Henrique Capriles, atual governador do
Estado de Miranda. Contudo, a oposição não reconhece a vitória e pediu
logo em seguida recontagem de votos, que foi negada. Nesta semana,
Capriles anunciou que pedirá a impugnação das eleições por acreditar ter
vencido as eleições. Ele diz que Maduro é um líder "ilegítimo".
Em entrevista concedida à AP por telefone, o deputado da oposição Ismael
García relatou o confronto. "Sem mediar palavras, feito covardes vieram
pelas costas, eram várias pessoas, nos bateram brutalmente, inclusive
nas deputadas María Corina Machado e Nora Bracho. Atacaram o deputado
Julio Borges, que ficou ferido no rosto", disse.
Borges apareceu pouco depois na televisão privada Globovisión com o
rosto ensanguentado e inchado. Os parlamentares governistas também
apareceram na TV acusando membros da oposição de atacá-los. As
informações são da Associated Press.
Via O Estadão
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