O isolamento social como medida
preventiva tem sido apontado por especialistas da saúde no mundo inteiro como a
estratégia mais responsável para diminuir a propagação da doença respiratória
causada pelo novo coronavírus. Mas, para mulheres em situação de violência
doméstica, conviver mais tempo do que o comum com o agressor também pode custar
a vida.
Dados divulgados pelo Fórum
Brasileiro de Segurança colocam o Rio Grande do Norte entre os Estados com
maior número de feminicídio neste período de distanciamento social. Documento
aponta quatro mortes neste ano até o mês de março. Mas os números tendem ao
crescimento. Na mesma data de publicação, em 16 de abril, mais um caso, uma
jovem de 18 anos, grávida de 7 meses.
Houve, também, um aumento do
número de registros de violência doméstica. Segundo a promotora de justiça,
Erica Canuto, do Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), em fevereiro
deste ano foram 354 registros de ocorrência de novos crimes no Estado inteiro
e, em março, 385, um aumento de 8,8%.
Alguns municípios computaram um aumento bem maior que esta média. Em São
Gonçalo foi de 177,8%; Macaíba, 175%; Arês, 100%; e Ceará-Mirim, 85,7%.
A quantidade de medidas
protetivas também sofreu crescimento entre a primeira e segunda quinzena de
março, quando o estado decretou as primeiras medidas de distanciamento social.
Os pedidos de proteção cresceram 18,5%.
A promotora Erica Canuto
conversou com a equipe da Agência Saiba Mais sobre o crescimento desses
números. Ela está certa de que o isolamento domiciliar não é a causa dessa
violência. Mas alerta que, nesse momento, as mulheres que já sofrem com
relacionamentos abusivos correm mais perigo porque não estão conseguindo
escapar do agressor. E o lugar mais perigoso é dentro de casa.
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