A defesa da deputada federal eleita Natália Bonavides (PT) apresentou
à Justiça Eleitoral uma série de documentos que, segundo a petista,
comprovam que não houve irregularidades em sua prestação de contas. A
vereadora de Natal afirma que, assim que analisar o material, o
Ministério Público entenderá que o balanço financeiro da campanha está
em ordem.
“A própria procuradora [Cibele Benevides] se manifestou dizendo que
havia documentos que o Ministério Público não tinha visto quando fez o
parecer. Isso é importante, porque foi justamente essa documentação que
nós juntamos ao processo, de acordo com todas as exigências que foram
pedidas no parecer do TRE”, afirmou a deputada eleita nesta terça-feira,
27.
As contas de Natália Bonavides são alvo de contestação no Tribunal
Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN). Na semana passada,
um parecer da Comissão de Análise de Contas do órgão opinou pela
desaprovação das contas da petista, ao apontar supostas irregularidades
em doações. Na segunda-feira, 26, foi a vez de o Ministério Público
pedir a reprovação, pelo mesmo motivo.
Os três principais pontos de repercussão sobre as contas de campanha
de Natália são relacionados a doações, que teriam sido feitas por
pessoas supostamente desempregadas, beneficiários do Programa Bolsa
Família e até por um homem falecido em 2015.
Quanto às doações por pessoas desempregadas, Natália disse que o que
ocorreu foi um erro de interpretação dos técnicos do TRE. A petista
explicou que, apesar de os doadores não terem vínculo empregatício na
carteira de trabalho, todos têm renda proveniente de aposentadorias ou
bolsas universitárias. “São pessoas que tinham renda regular e que,
portanto, possuíam toda a capacidade econômica para serem doadoras”,
disse, acrescentando que toda a documentação comprobatória foi juntada
ao seu processo no Tribunal Regional Eleitoral.
Quanto à doação feita supostamente por uma pessoa cadastrada no Bolsa
Família, a vereadora e deputada eleita explica que o que houve foi um
erro no número do CPF do real doador, que seria um advogado. “Essa
pessoa também tem capacidade econômica para doação”.
Por fim, Natália Bonavides explicou também que a doação recebida por
um homem já falecido não passou de um mal-entendido. O valor (R$
210,00), de acordo com ela, se refere a um carro que foi emprestado à
campanha por um de seus apoiadores – que teria comprado o veículo do
homem falecido há três anos, mas ainda não teria feito a transferência
da posse.
“A gente registra na prestação de contas não só o dinheiro que a
gente recebe de doação, mas também quando alguém disponibiliza um
serviço voluntário. Neste sentido, houve carros que foram emprestados
para nós. Entre esses carros, teve um doador que comprou o carro e não
passou a documentação para o seu nome”, diz.
A documentação do veículo, confirma Natália, de fato estava em nome
do homem falecido, embora o carro pertencesse ao seu apoiador. “Houve um
preenchimento errado por essa pessoa do termo de cessão, mas isso está
devidamente explicado no processo. Se nós tivéssemos alugado de fato
esse carro, o valor teria sido de R$ 210. Trata-se de um valor ínfimo”,
assinalou a petista.
Natália lembrou ainda que, nesta segunda-feira, 26, a
procuradora-geral da República, Raquel Dodge, disponibilizou o parecer
dela sobre as contas do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) e opinou
pela aprovação do balanço financeiro com ressalvas. Segundo a deputada
federal eleita, os questionamentos feitos a Bolsonaro foram idênticos
aos que estão sendo feitos a ela agora.
“Então, esperamos que tenhamos o mesmo tratamento quando o Ministério
Público tiver acesso a toda a documentação que está nos autos. Estamos
com tranquilidade, por saber que tudo está lá justificado”, concluiu.
*AgoraRN
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