Ela me atravessou com a alegria
De um navio embandeirado
De apito estremecedor
Eu que tinha a agonia de uma vida
Sem acontecimentos, música lenta
De trompete oxidado em surdina
Tomou-me conta como uma possessão
Dominação colonial sem escritura, mas
Curou a dor que não me deixava dormir
Conhecê-la e sair indene, não havia como
Sua melodia a pregar-se à pele e nervos
Há de ter sido carta às locas da amorosidade
Todo esse tempo passado foi melhor que
O agreste quase deserto de agora, sem água
E remissão, fruto travoso jiló feito não
Na manhã em que o navio (e suas bandeiras)
Partiu, fiquei a calcular quanto tempo se leva
A resistir ao sol. Ou para entrar no mar e morrer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é importante! Este espaço tem como objetivo dar a você leitor, oportunidade para que você possa expressar sua opinião de forma correta e clara sobre o fato abordado nesta página.
Salientamos, que as opiniões expostas neste espaço, não necessariamente condizem com a opinião deste Editor.
COMENTÁRIOS QUE TENHAM A INTENÇÃO DE DENEGRIR QUEM QUER QUE SEJA, SERÃO EXCLUÍDOS