Principal cidade do Alto
Oeste do Rio Grande do Norte, Pau dos Ferros corre o risco de enfrentar uma
epidemia de Calazar. Em menos de um mês foram registrados dois casos de
infecção da doença em humanos, e extra oficialmente, há pelo menos mais um caso
suspeito em investigação.
Os casos foram confirmados
pela secretaria de saúde do município, que encaminha uma ação integrada para
impedir o alastramento da doença.
Segundo a secretaria, o primeiro caso foi
confirmado no fim do mês de julho e envolve uma adolescente de 16 anos de
idade. O segundo caso foi confirmado no início do mês de agosto.
A secretaria destaca que a
partir da suspeita de que animais estavam contaminados foi iniciada uma
operação de identificação, e teste, que confirmou casos de Calazar, e de uma
outra virose, que tem atingindo principalmente animais de rua.
Segundo a secretaria foi
feito um acordo com o Ministério Público para capturar os animais de rua e
transferi-los para um canil instalado em Apodi.
O município está
trabalhando na captura, teste rápido, e encaminhamento dos animais para Apodi,
e os doentes para tratamento. A partir da notificação do primeiro caso de
Calazar humano no município, o Governo do Estado teria a responsabilidade de
encaminhar veneno ser aplicado via carro fumacê em caráter de urgência.
A iniciativa visa controlar
o grande número de mosquitos que transmitem a doença entre os animais, e dos
animais para os humanos.
Foram identificados animais
contaminados em praticamente todos os setores da cidade. Além de cães, testes
já confirmaram a contaminação em gatos, ampliando o risco de contaminação de
humanos.
– Calazar é a segunda
doença parasitária que mais mata no mundo
A leishmaniose visceral
(VL), também conhecida como Calazar é a forma mais grave da leishmaniose,
sendo a segunda doença parasitária que mais mata no mundo (apenas a malária é
mais mortal). Assim como a doença de Chagas e a doença do sono, o Calazar é uma
das doenças tropicais negligenciadas (DTNs) mais perigosas, que, se não
for tratada, chega a ser fatal em mais de 95% dos casos.
O calazar é endêmico em 47
países e aproximadamente 200 milhões de pessoas correm o risco de serem
infectadas. É altamente endêmica no subcontinente indiano e no leste da África.
Estima-se que 200 a 400 mil novos casos de VL ocorram anualmente no mundo. Mais
de 90% dos novos casos ocorrem em 6 países: Bangladesh, Brasil, Etiópia,
Índia, Sudão do Sul e Sudão.
O que causa o calazar?
A leishmaniose é causada
pelo protozoário parasita Leishmania que é transmitido pela picada de
mosquitos infectados. O parasita ataca o sistema imunológico e, meses após a
infecção inicial, a doença pode evoluir para uma forma visceral mais grave, que
é quase sempre fatal se não for tratada.
A doença afeta algumas das
pessoas mais pobres do mundo e está associada à desnutrição, deslocamento de
população, condições precárias de habitação, um sistema imunológico fraco e
falta de recursos financeiros. A Leishmaniose, em geral, também está ligada a
mudanças ambientais como o desmatamento, construção de barragens, sistemas de
irrigação e urbanização.
Inicialmente, os parasitas
da leishmaniose causam feridas no local da picada do mosquito. A doença, quando
progride, se manifesta de dois a oito meses após a infecção com e se
caracteriza por acessos irregulares de febre, perda de peso, fraqueza, aumento
do baço e do fígado, e anemia.
Casos suspeitos devem ser
encaminhados imediatamente à secretaria de saúde do município para que as
providências possam ser tomadas.
*Com informações de O Mossoroense-Márcio Costa
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