A Secretaria de Estado
da Saúde Pública (Sesap) vem prestar à população do Rio Grande do Norte alguns
esclarecimentos acerca dos pontos citados pelo Sindicato dos Servidores da
Saúde (Sindsaúde/RN) para decretação da greve desta terça feira (10).
O
Governo do Estado do RN tem demonstrando compromisso com o diálogo e o
entendimento, tendo já realizado cerca de quinze reuniões com o Sindicato, nos
últimos três meses e está trabalhando para
o atendimento de todas as reivindicações do SindSaúde. Dessa forma, a Sesap considera
abusiva a decretação de uma greve a partir desta terça-feira, tal como
informado pelo SindSaúde, uma vez que a principal reivindicação do Sindicato,
que trata da implantação
da tabela salarial elaborada pelo Dieese, com base na Lei 333/2006, foi
sinalizada positivamente pelo Governo do Estado, mesmo estando no limite
prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
O
problema é que a aprovação da Lei depende diretamente da Assembleia Legislativa do Estado, que está
entrando em recesso na próxima quinta-feira (12) e, mesmo se
o Governo do Estado pudesse remeter o Projeto, não seria possível
para a ALRN apreciá-lo em tempo hábil. Mas,
a Sesap está se comprometendo com os servidores a enviar
imediatamente após o recesso, com tempo suficiente para cumprir o acordo do
pagamento dessas correções a partir de março do ano que vem.
Para a Sesap, as negociações vinham ocorrendo de
forma respeitosa num processo de construção que pretendia promover melhorias
para o servidor público, não justificando o comportamento do SindSaúde que na última quinta-feira
liderou uma invasão do gabinete do secretário, culminando com o fim de uma
importante reunião com diretores de hospitais e prestadores de serviço, o que atrapalhou
a solução de um sério problema, tendo prejudicado centenas de pessoas que,
atualmente, esperam pela realização de cirurgias em Natal, bem como afrontando
a todos os servidores públicos que estavam trabalhando.
Mesmo sabendo que o direito de greve é
assegurado constitucionalmente à população, a Sesap entende que o momento não é
propício para a paralisação dos serviços uma vez que o Governo do Estado e o
SindSaúde estavam numa negociação que perdurava desde o fim da
última greve.
O
Governo do Estado, desde 2012, convocou 988 servidores, para trabalharem na
Rede Estadual de Saúde, sendo 349 novos servidores somente nos últimos três meses, estando
previsto ainda convocação de mais profissionais para as regiões Seridó e
Metropolitana. O acréscimo já realizado representa um aumento de 6,6% do
funcionalismo público somente na pasta da saúde.
Diante
da clara disposição do Governo do RN para negociar os pleitos dos servidores da
Saúde, dentro das possibilidades objetivas do Estado – financeiras e fiscais,
a manutenção da greve dos servidores da Saúde carece de razoabilidade e obriga
à manutenção das medidas administrativas e legais necessárias para proteger a
população que depende dos serviços de Saúde da rede estadual.
A
Sesap entende que, ao decidir pela greve, o SindSaúde, por motivações
políticas, está fazendo a opção clara pelo encerramento das negociações e, por
isso, irá tomar todas as medidas possíveis e cabíveis na defesa do usuário do
SUS que não pode novamente ser penalizado em
um movimento grevista com abertura clara para negociações.
Para a Sesap, não houve descumprimento
de acordo por parte da Secretaria, uma vez que existe uma diferença grande
entre o desejo de atender e a capacidade de cumprir o acordo. Desde o começo, o
Governo sinalizou o desejo em atender ao pleito nos meses de março, abril e
maio de 2014 e, após avaliação financeira, contabilizando as frustrações de
expectativa de receita, se pediu para estabelecer os prazos de março, abril,
agosto e setembro de 2014, numa demonstração de esforço para manter o acordado,
garantindo o pagamento em 2014, com apenas alterações de meses.
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