Por Sílvio Barsetti e Marcio Dolzan | Estadão Conteúdo
A bola parou de rolar no Campeonato Brasileiro de 2013 no último dia
8, mas fora de campo ele continua sendo disputado, agora nos tribunais.
Nesta segunda-feira, a 1ª Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de
Justiça Desportiva (STJD) decidiu por unanimidade pelo rebaixamento da
Portuguesa à Série B, após a escalação irregular do meia Héverton no
confronto da última rodada diante do Grêmio. Melhor para o Fluminense,
que, com a perda de quatro pontos do clube paulista, se livrou da queda e
segue na elite do futebol nacional. A Portuguesa ainda terá que pagar
uma multa de R$ 1000.
A decisão da 1ª
Comissão Disciplinar, no entanto, ainda não é definitiva e a Portuguesa
pode entrar com recurso em segunda instância, no Pleno do STJD. De
acordo com o procurador-geral do tribunal, Paulo Schmitt, o caso deverá
estar resolvido até o próximo dia 27. O clube paulista, no entanto, já
confirmou que entrará na Justiça comum caso seja realmente rebaixado.
Para
não sofrer qualquer punição da Fifa, que é contra levar casos
esportivos à Justiça comum, o presidente da Portuguesa, Manoel da Lupa,
admite a possibilidade de recorrer a "torcedores ilustres". "Tem que
preservar o resultado de campo. Se a Portuguesa for derrotada, vai parar
na Justiça comum. Nem que seja ação de alguns dos nossos torcedores
ilustres. Mas a Portuguesa vai até o inferno para se defender."
A
escalação irregular de Héverton aconteceu no dia 8 de dezembro, na
última rodada do Brasileirão. Diante do Grêmio, no Canindé, o jogador
entrou em campo aos 32 minutos do segundo tempo, apesar de estar
suspenso. Ele havia sido expulso contra o Bahia, no dia 24 de novembro, e
cumprido um jogo de gancho diante da Ponte Preta, no dia 1.º de
dezembro. Julgado no STJD na sexta-feira, dia 6, no entanto, acabou
condenado a dois jogos de suspensão.
De nada adiantaram os
protestos dos torcedores da Portuguesa, que estiveram representados por
cerca de cem pessoas na Avenida Paulista, no último domingo, em São
Paulo, e foram para frente da sede do STJD nesta segunda-feira, no Rio,
manifestar sua indignação com a situação. Torcedores do Fluminense
também estiveram no local, requisitando o direito do clube de permanecer
na Série A. Para evitar maiores problemas, houve reforço na segurança.
No
julgamento, os representantes da Portuguesa alegaram que não tiveram
contato com o advogado do clube, Osvaldo Sestário, que estava no
julgamento de Héverton, e que esperavam saber a situação do jogador
através do site da CBF. Segundo eles, não havia qualquer informação
sobre a punição ao atleta, o que lhe daria condições de jogo.
Por
outro lado, o subprocurador William Figueiredo de Oliveira apontou que a
obrigação de averiguar as situações dos atletas é dos clubes e não da
CBF. Além disso, ressaltou o papel do STJD de se fazer cumprir as
regras, independentemente de qualquer questão de "má-fé" de qualquer
time. Como partes interessadas no julgamento, advogados de Flamengo e
Fluminense também defenderam suas posições.
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