Brasília - Os médicos brasileiros e estrangeiros interessados em
participar do Programa Mais Médicos, lançado pelo governo federal na
última terça-feira (8), já podem se inscrever por meio de um site específico do Ministério da Saúde (http://maismedicos.saude.gov.br).
Para isso, os profissionais terão que preencher um cadastro informando,
entre outros dados, sua nacionalidade, o país de formação e a
instituição em que concluíram a graduação.
A quantidade de vagas disponíveis só será
conhecida a partir da demanda apresentada pelos municípios, que têm até o
dia 22 de julho para aderir ao programa, também por meio do mesmo site disponibilizado
pela pasta. As prefeituras deverão indicar a quantidade de
profissionais de que precisam e apontar as unidades de saúde que têm
capacidade instalada para atuação dos médicos.
Ao participar hoje (10) do Bom Dia, Ministro, programa produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República em parceria com a EBC Serviços,
o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ressaltou que, para a primeira
chamada, os profissionais devem preencher o cadastro até o dia 25 de
julho. A expectativa do governo é que os primeiros profissionais do
programa comecem a atuar a partir de setembro.
De acordo com o ministério, qualquer
médico formado no Brasil pode se inscrever no programa e terá prioridade
no preenchimento das vagas. No caso dos graduados no exterior, só
poderão participar aqueles egressos de faculdades de medicina com tempo
de formação equivalente ao brasileiro, com conhecimentos em língua
portuguesa e autorização para livre exercício da medicina em seu país de
origem. Além disso, devem vir de nações onde a proporção de médicos
para cada grupo de mil habitantes é superior à brasileira (1,8 médico
para cada mil habitantes).
Segundo o governo, esses profissionais passarão por um processo de
avaliação durante três semanas em universidades brasileiras, que são as
mesmas instituições com atribuição e competência definidas pela Lei de
Diretrizes e Bases para conduzir o processo de revalidação de diplomas
de medicina obtidos no exterior. Eles receberão registros temporários
para atuar exclusivamente nas unidades de saúde pública para onde forem
designados.
Os médicos contratados por meio do programa receberão bolsa paga
pelo Ministério da Saúde de R$ 10 mil para atuar, sob a supervisão de
instituições públicas de ensino, na atenção básica do Sistema Único de
Saúde (SUS) em municípios do interior e em regiões metropolitanas.
Também está previsto o pagamento de auxílio-deslocamento, que pode chegar a R$ 30 mil.
O Ministério da Saúde destaca que todas as prefeituras podem se
inscrever no programa, mas 1.582 áreas são consideradas prioritárias.
Entre elas, há 1.290 municípios de alta vulnerabilidade social, 201
cidades de regiões metropolitanas, 66 cidades com mais de 80 mil
habitantes de baixa receita pública per capita e 25 distritos de saúde indígena.
Na avaliação do governo federal, o Programa Mais Médicos é
fundamental para levar médicos aos locais que têm mais dificuldade de
fixar esses profissionais. Dados do Ministério da Saúde apontam que a
oferta dessa mão de obra no Brasil (1,8 para cada grupo de mil
habitantes) é menor que em países vizinhos, como Argentina (3,2) e
Uruguai (3,7). Além disso, indicam que cerca de 700 municípios não têm
nenhum médico permanente.
Mesmo os estados com média mais elevada,
segundo o Ministério da Saúde, sofrem com desníveis regionais, marcados
pela concentração de médicos nos centros urbanos e carência nas
periferias e nos municípios mais distantes da capital.
Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
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