Cerca de 300 pessoas participam de um protesto
na noite desta sexta-feira em Copacabana, na zona sul do Rio de
Janeiro, contra o governador Sérgio Cabral e os gastos públicos na
Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Em meio à encenação da Via Crucis,
os manifestantes provocaram corre-corre de peregrinos que deixavam o
evento após a fala do papa Francisco, com medo de possíveis confrontos.
Os manifestantes se concentraram à tarde ao lado da estação de metrô
Cardeal Arcoverde, em Copacabana, um dos principais pontos de chegada
dos peregrinos que chegavam para participar da reprodução da Via Crucis.
O policiamento foi bastante reforçado no local, mas o clima, até as
18h, era tranquilo.
Voluntários da JMJ fizeram uma espécie de cordão de isolamento para
separar os manifestantes dos fiéis que não paravam de chegar a
Copacabana. Gritos de ordem contra políticos se misturam a cânticos de
peregrinos que passam pelo local. Os que protestam carregam cartazes
também contra o governador Sérgio Cabral (PMDB). "Ê ê ê, Cabral vai pro inferno, Satanás não vai querer", cantam os manifestantes.
O comandante do 19º BPM (Copacabana), Claudio Costa, disse que a os
policiais militares vão acompanhar de dentro da manifestação, fazendo
revistas de suspeitos. Ele não informou o efetivo empregado, mas a
impressão é que há mais policiais do que manifestantes. "As pessoas têm o
direito de se manifestar. Isso já aconteceu em outras jornadas. Vamos
acompanhar", afirmou o policial.
Ele informou ainda que não há nenhum ponto de bloqueio
específico. Segundo ele, a grande concentração de pessoas na orla, por
si só, já impede que o protesto prossiga.
O peregrino Gustavo Chagas, que saiu de Goiás,
argumentava com um dos manifestantes a favor da Jornada. Segundo ele, a
informação de que foi empregado muito dinheiro público no evento é
falsa. "Acho que esse protesto é fora de hora. Não concordo quando vejo
cartazes que ofendem a Igreja", comentou.
O protesto saiu da Cardeal Arcoverde, e seguiu pela rua
Barata Ribeiro, via paralela à orla, a cerca de duas quatras da praia.
Durante a marcha no sentido Leme, alguns comerciantes fechara as portas
com receio de atos de vandalismo.
O momento mais tenso ocorreu por volta das 19h30, quando
o protesto chegou à avenida Princesa Isabel, onde uma massa de
peregrinos deixava a praia. Temerosos com o protesto, alguns peregrinos
saíram em corrida para fugir de enentuais tumultos. Muitos, assustados,
aguardam o desenrolar da manifestação para deixar a praia de Copacabana.
Uma hora depois, o protesto seguia na orla, a poucos
metros de onde acontecia o show da JMJ. Houve muita confusão e
empurra-empurra, depois que alguns voluntários colocaram grades à frente
dos manifestantes, que forçaram a passagem. Às 21h, o protesto tomava a
areia da praia.
Pelo menos uma pessoa foi detida pela Polícia Militar.
Foi o químico Felipe Braz. Quando foi dominado pela PM, ele levou um
choque com taser,
no braço direito. Segundo o químico, ele foi solto em seguida, depois
de gravar um depoimento em que garantia não ter sido agredido pela
polícia.
Logo depois, o protesto chegou bem na frente do palco, e
o show foi encerrado rapidamente. Manifestantes cantavam vitória,
alegando que conseguiram antecipar o fim do espetáculo. A organização
nao se pronunciou ainda.
Via Portal Terra
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