O Diário de Pernambuco traz, nesta quarta-feira (31/7), uma reportagem
de duas páginas sobre um escândalo de adoções ilegais que está sendo
investigado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público de Pernambuco,
com apoio da Justiça. Por meio de uma página do Recife no Facebook, um
bebê pode ser adquirido por preços entre R$ 6 mil e R$ 10 mil. No fértil
terreno do sonho da maternidade, mulheres oferecem seus rebentos, ainda
nem nascidos, à adoção. Outras, como quem conversa sobre uma bijuteria
qualquer, disparam: “então, não estou doando, estou vendendo”.
O contato inicial é feito em uma fanpage como a “Quero doar.Adotar seu
bebê-Recife PE”, criada em 3 de julho, que é uma entre dezenas de
páginas da rede social que se propõem ao mesmo fim. Nela, pelo menos
quatro mulheres já demonstraram interesse em usar a web para conhecer
futuros tutores dos filhos. Duas delas, por dinheiro.
O esquema nem sempre fica explícito. Daiane, como se apresenta uma
mulher, supostamente de São Paulo, anuncia: “Estou grávida de seis
meses. Não tenho como cuidar, com as necessidades que uma criança merece
(sic)” e divulga um contato de e-mail. Não mais que um par de mensagens
depois, a mulher conduz a conversa para uma negociação. Procura saber
de onde parte o contato e se é feito por um casal heterossexual, antes
de garantir que há um casal de Londrina (PR) já interessado e dizer: “R$
7 mil. Pode ser metade e metade. A melhor forma é eu ficar próximo de
vocês para não acontecer desconfiança de golpes, tanto da minha parte
quanto da de vocês”, finaliza.
Mais que as anunciantes, há um grande número de pretendentes que disputam a atenção das supostas gestantes. Publicamente, declaram detalhes das vidas pessoais, números de celulares e e-mails, na tentativa de ser “escolhida”. A linguagem na rede vai além de “vc”, “tc” e carinhas animadas. “Bio”, nestas páginas, vale ouro. É como são chamadas as mães biológicas, dispostas a ceder seus filhos sem os trâmites formais previstos pelo Cadastro Nacional de Adoção.
Mais que as anunciantes, há um grande número de pretendentes que disputam a atenção das supostas gestantes. Publicamente, declaram detalhes das vidas pessoais, números de celulares e e-mails, na tentativa de ser “escolhida”. A linguagem na rede vai além de “vc”, “tc” e carinhas animadas. “Bio”, nestas páginas, vale ouro. É como são chamadas as mães biológicas, dispostas a ceder seus filhos sem os trâmites formais previstos pelo Cadastro Nacional de Adoção.
*Barriguda News com informação Jornal de Fato
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