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quinta-feira, 30 de abril de 2020

[...] ONDE TUDO QUE DESEJO [...] por Napoleão Veras

[...]
Onde tudo o que desejo
É meter-me numa tela de Dorian
Esconder-me lá no repousante
Quase-azul de suas marinas
Em vastidões insondáveis ou
Debaixo de uma sombra rósea 
No vão de nuvens esfiapadas

Ou da beleza do verde ou azul
Esbatidos em diáfanos lençóis
De praias a me acolherem a alma
Que me banham e despenteiam
E fazem sossegar os sentidos
Reinventar sonhos em cores 
Silenciosas que tão bem conheci
Na displicência do mundo
à beira- mar
[...]

         versos Napoleão Veras 
         tela Dorian Gray Caldas


Se Dorian Gray tivesse nascido na Europa ou na América do Norte certamente seria festejado em todo o orbi como um dos maiores artistas plásticos contemporâneos.

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

MAIS UM ANO... por Wesley Paiva

MAIS UM ANO

Qual biografia haveria de condensar 
tudo o que viveste, ou o que ainda viverás?
Dificuldade de êxito terá qualquer que
tente resumir trajetória tão profícua. 
    
Para alguns o tempo não passa 
de um inimigo cruel e indesejável.
Mas contigo foi sempre benevolente,
pois como ele manténs vitalidade intacta. 

Quando se namora a vida com a
mesma intensidade dos apaixonados,
como tu fazes até hoje,
em todo dia há razão para júbilos.

Tu sabes que os anos são resultados 
dos dias, desses muitos dias
em que te encontras deliciosamente
escrevendo tua indelével história.

Que Chronos permaneça teu amigo,
alongando os teus anos,
para que continues enchendo nossos dias
com tua presença radiante.


Por Wesley Almeida Paiva

(Homenagem a Napoleão Veras
pelo seu natalício)

domingo, 3 de novembro de 2019

O GENERALÍSSIMO... por Napoleão de Paiva

O GENERALÍSSIMO

Desenterraram os restos de Francisco Franco, ditador espanhol por 39 anos, sepultado há quase meio século.

Voltaram a enterrá- lo horas depois,  noutro sítio.

Dessa vez num espaço privado do cemitério de El Pardo-Mingorrubio. 

Foi sacado da cinematográfica paragem do Valle de los Caídos, que ele mesmo escolhera para jazer, tendo mandado construir um mausoléu para si, com o fim de ser reverenciado por todos, para todo o sempre, usando um espaço público, prática aliás usual entre sátrapas que se acham donos da vida e da morte.

Pouco depois do fim da Guerra Civil Espanhola, em 1939, que matou 1 milhão de pessoas de uma população nacional de pouco mais de 20 milhões, o militar, dizem, comandou pessoalmente a escolha da locação de sua futura cova. Vinte anos depois estava ela inaugurada, com uma basílica faraônica escavada na rocha e uma cruz monumental de 150 metros de altura, construída com mão de obra de prisioneiros de guerra.

Além do ditador Francisco Franco  e do fundador da Falange, José Antônio Primo de Rivera, sepultaram também mais de 33  mil vítimas da Guerra, entre nacionalistas e republicanos, milhares a pulso, de todas as partes do país, sem o consentimento de suas famílias.

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

O FLAMENGO DO POETA

O IMPREVISÍVEL

O Flamengo tem música 
no seu jogo

Há dança
Sequências que evoluem
como ballet moderno

E um solista improvisa
- longe da partitura -
em passos largos
elegantes, precisos

Tal um leopardo.
Imprevisível.
Ou, seria pela cor,
um jaguar?
De todas as maneiras,
um felino
sutil e mortal

Que desabalado 
não pisa no verde,
flutua
E se não se espera,
lá está ele
para marcar
1, 2, 3

De cabeça, por cima
Ou rente ao chão,
Ou com os dois pés
em pernas longas
e finas. Incisivas.

Carrega o ritmo da flecha
mais vertical
Em expressão compenetrada
a um tempo, levíssima.
Indecifrável sempre.
Andrógina

Às vezes parece lembrar 
um pássaro. 
Belo, estranho, de rapina.
Não seria criatura desse chão...
Mas essa já é uma outra peça
do Ballet Flamengo.

                          Napoleão Veras

domingo, 1 de setembro de 2019

ERA UMA VEZ EM... NATAL (3)

Piso molhado: spoilers!

Para quem esperava um banho de sangue, tão ao seu estilo, mais uma vez ele surpreende. Teria nos poupado de ver a linda Sharon outra vez assassinada. 

Por que matar de novo a talentosa atriz, grávida de 8 meses, trucidada seguidamente por esses anos a fio? 

Os massacres em série na sociedade americana deram cria bichos horripilantes que, mesmo de 7 cabeças, não são mais nenhuma novidade.

Transfere o cineasta a cena desnecessária e sua maldição para a casa dos vizinhos do bairro chique  de Cielo Drive, com uma diferença impactante: 
o bando de Manson, que chega de Ford Galaxie (réplica do carro do serial killer ) no meio da noite de terror, leva a pior e não consegue deixar o lugar com os próprios pés.

Em entrevista, Tarantino quando indagado sobre o por quê da mistura de realidade e ficção, saiu-se com palavras emprestadas ao cineasta John Milius no seu filme _Juiz da Forca_ : “As coisas não são como foram, mas como deveriam ter sido”.

[ 50 anos se passaram da tragédia. Hoje se pode dizer e sentir a aldeia global em que o mundo se transformou. Qualquer rincão, cercado ou não de serra, rio, ou mancha de mato,  é parede-e-meia de toda parte da terra, Helsinque, Serra Leoa, Milão, Paris, New York, Cabrobó... Se a morte da atriz não chegou a tantos, um filme de mentirinha sobre sua morte na certa  chegará. A capilaridade da notícia, o boato, o smartphone que o estilhaça, a comprovar a antecipação de McLuhan.]

*Napoleão de Paiva

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

ERA UMA VEZ... EM NATAL (2)

Arte é recriação

A partir de uma cultura cinematográfica enciclopédica, Quentin Tarantino nos presenteou duas grandes obras nesse gênero, Os Oito Odiados e Django Livre.


Seu agora festejado Era uma vez em... Hollywood é um resgate de suas referências, dessas e de outras tantas. 


E ele, como todo grande criador, sempre, extremamente infiel.


Quentin reflete, recria aqueles anos, passeia entre o concreto e o imaginário, misturando-os, confundindo-os, com a sublimação de uma obra de arte, sem apegar-se aos fatos conhecidos, mesmo se realidade tida e havida à exaustão. Não lhe interessa retratar, sua obra não é documental. Pra que repetir o que já se sabe? Ao criador, a licença poética - exercita.


Ninguém entra em cena como podíamos imaginar. Steve McQueen, Al Pacino, e o valente Bruce Lee, amigo da família Polanski, que sai de cena sem o topete.


É assim com Sharon Tate e sua brutal tragédia que contaminou o mundo. Até nesta beira de praia, como bons colonizados, havíamos sentido como se a morte da irmã de um grande amigo. A loura deslumbrante que nos encantara no A dança dos vampiros, O Vale das Bonecas; mulher do íntimo Roman Polanski e seu cultuado O Bebê de Rosemary...


Por aqueles dias - em portas, em bares, no underground, havia cartazes anunciando um festival: Woodstock.


*Napoleão de Paiva

domingo, 25 de agosto de 2019

ERA UMA VEZ EM... NATAL

A doce ilusão da tela

Quando num fim de tarde de um lilás místico e sentimental, puxado pra púrpura,  o Cadillac DeVille 1966 dirigido por  Cliff Booth/Brad Pitt entra a toda numa rua de Los Angeles, fins dos anos 60, os sentidos dos expectadores na sala voltam-se repentinamente para a música que acaba de invadir a cena e seu coração - Califórnia Dreamin, na voz de José Feliciano: era uma vez Hollywood, era uma vez Natal. 

A canção do The Mamas & The Papas embalava por então as festinhas, assustados, matinês dançantes desta pacata cidade, onde metade dos viventes tratavam-se pelo nome. A linda loirinha do Mamas, esbelta e sedutora, amiga da atriz Sharon Tate  - como viríamos a saber depois -, era paixão de nós todos, de cá e de lá.

Dizendo assim parece que vivíamos numa aldeia global. Ainda não. Não era uma verdade. Apenas presságio do profeta da comunicação de massas, o canadense Marshall McLuhan, sucesso na década do desbunde e da criatividade, e nunca mais esquecido por ter cunhado, entre outras, duas minúsculas frases, O Meio é a Mensagem, e essa, O mundo é uma aldeia global.

Talvez não carregássemos a obsessão de Tarantino, mas marcávamos ponto religiosamente no Cine Rex para ver nossa paixão em comum - os Sérgios - Leone e Corbucci, e seus fenomenais faroestes spaguetti, The Good, The Bad and The Ugly, Por Uns Dólares a Mais, Django, Por um Punhado de Dólares, Os Violentos Vão para o Inferno_, Era uma Vez no Oeste, A Morte Anda a Cavalo, e mais tantos outros. 

Não se sabe se antes e depois da sessão ia ele para a porta do cinema trocar gibis de bangue-bangue, como fazíamos.

*Napoleão de Paiva

sábado, 29 de junho de 2019

ALGUÉM SE LEMBRA DESSA CASA? Por Napoleão de Paiva

Segue suspensa no ar, envolta num silêncio espesso, em meio à memórias cada dia mais distantes.

Falta-lhe o rumor de vozes de outros tempos, o entrar e sair de tantos, dos filhos crianças, logo adolescentes, depois adultos, dos que sob ela envelheceram, o amor que era a cor do casal, o som do sino de cobre que encimava uma haste de metal a partir do seu portão de ferro.

Ali os clientes chegavam, balançavam-no,  e assim despertavam o Dr de sua sesta, sono leve pós almoço, ou dos véus mais fundos da madrugada plena.

No pilar direito do portão, uma placa de cobre com letras pretas em baixo relevo confirmava o nome do seu ilustre proprietário, que podia, também, àquelas horas estar lendo algum livro do seu autor predileto, Humberto de Campos:

Dr. Antônio Fernandes Mousinho
                  Médico

domingo, 9 de junho de 2019

SIM - SERVIÇO DE IMAGENS MÉDICAS ANTÔNIA DE PAIVA SOUSA

ALEXANDRIA/RN - Acabo de ser informado pelo médico Dr. Napoleão de Paiva que nos mais tardar em 30 (trinta) dias o Hospital Maternidade Guiomar Fernandes estará inaugurando o SIM - SERVIÇO DE IMAGENS MÉDICAS ANTÔNIA DE PAIVA SOUSA.

O novo SIM terá como ênfase especial a detecção precoce do CA de mama (ultrassonografia e mamografia) e CA de colo de útero (preventivo e colposcopia).

Será o primeiro mamógrafo da rede pública e filantrópica sem fins lucrativos da região oeste do Estado.

Serviços que serão ofertados:

Colposcopia
Ultrassonografia
Radiografia digitalizada
Mamografia digitalizada
Endoscopia Digestiva Alta
Colonoscopia

Do Blog: Parabenizo aos que fazem essa instituição tão importante para a saúde da nossa cidade, região e  estado; em especial ao incansável Dr. Napoleão de Paiva, sempre procurando melhorias para o HMGF e para a saúde do alexandriense.

terça-feira, 25 de dezembro de 2018

LIVRO DO ALEXANDRIENSE NAPOLEÃO VERAS CONCORRE AO TROFÉU CULTURA 2018

A 15ª edição do prêmio aumentou o número de indicados de cinco para dez em cada uma das 14 categorias do Troféu, que envolvem a literatura, a produção cultural, as artes cênicas, a música, as artes visuais, a dança e a fotografia, além do prêmio para o Artista do Ano.

Os critérios básicos adotados pela produção para escolha dos indicados foram consultas a pessoas relacionadas a cada uma das categorias, a realização de sua arte dentro do ano corrente e, no caso das cantoras e cantores, a valorização do trabalho autoral.

Até 19 de fevereiro, o público terá direito ao voto único pelo site (mediante cadastro de CPF) e, ao fim da votação, dois especialistas em cada área, convidados pela coordenação do Troféu e anunciados publicamente, selecionará o vencedor entre os cinco mais votados pelo público.

A festa de entrega dos troféus acontecerá mais uma vez no Teatro Riachuelo, agendado para 12 de março, em solenidade de premiação exclusiva aos artistas e com acesso livre ao público, mediante retirada de ingressos. As atrações serão anunciadas em breve.

O Troféu Cultura 2018 tem patrocínio da Cosern e da Comjol, ambos por meio da Lei Câmara Cascudo, do Governo do Estado; da construtora AGaspar; e, pelo Programa Djalma Maranhão, da Prefeitura de Natal, da Unimed, além do apoio da Faculdade Uninassau, do Caxangá Restaurante, do Kozmopolit Restaurante & Club e do Teatro Riachuelo.

A lista dos concorrentes na categoria literatura são:

– “Anatomia do Ócio”, de Raimundo Leontino Filho

– “Antônio Francisco: tradição e modernidade – uma poética da memória”, de Symara Tamara


– “Argueirinha”, de Humberto Hermenegildo


– “Café e poesia”, organizado por David Leite, Laura Barreto e Raí Lopes


– “Doce azedo amaro”, de Theo G. Alves


– “E por acaso deliro”, de Napoleão de Paiva Sousa


– “Espelho”, de Camila Paula


– “Mar interior”, de Muirakytan K. de Macêdo


– “Os Últimos Passos do Enforcado”, de Edson Soares


– “Retratos Fora da Parede”, de Osair Vasconcelos


Para votar clique AQUI.



domingo, 23 de setembro de 2018

E POR ACASO DELIRO - A MEMÓRIA E OS SENTIMENTOS

Vai-se com o tempo estreitando
a memória
que passa com ligeireza de caravana
reduzida a algumas imagens
que ontem eram dez mil, mil
e não passam hoje de
algumas centenas
e mais adiante talvez sejam
algumas dezenas
até minguarem num número
sem altura
ou expressão...

*Fragmento extraído do novo livro do amigo Napoleão de Paiva - E por acaso Deliro. Coleção Letras Natalenses/Livro de Papel Editora.
* A memória e os sentimentos dedicado à Diana Veras.

Foto:Tribuna do Norte

domingo, 2 de setembro de 2018

E POR ACASO DELIRO

Pois é, nosso amigo Dr. Napoleão Veras se prepara para mais um lançamento de seus escritos. Seu novo livro E POR ACASO DELIRO será lançado no próximo dia 14 no Solar Bela Vista em Natal.

Todos os alexandrienses e demais amigos, admiradores da boa poesia, estão sendo convidados a prestigiar esse grande evento.

De quando em vez, Napoleão nos presenteia com suas poesias aqui no nosso Barriguda News.

Grande abraço, e sucesso!!!

domingo, 24 de junho de 2018

O BRASIL VIVE UMA ÉPOCA DE POUQUÍSSIMA LUZ, DE INTOLERÂNCIA E AUTODESTRUIÇÃO.

Como pode tratar assim seu principal craque?

Neste dia 22 estava vendo na TV os jornalistas criticando o choro de Neymar.

Pode? Querer racionalizar até a subjetividade da criatura humana.

Uns animais insensíveis e arrogantes!

Pra eles a fratura e cirurgia por que o menino passou é só um nome, uma palavra.

Não querem levar em conta o sofrimento de um atleta de altíssimo nível que de uma hora pra outra se vê com a perna engessada, e carrega o peso, em meio a dúvidas, fisioterapias, a três meses da maior competição do planeta.

Vivemos hoje uma Babel. Ninguém se entende, não se consegue vencer os problemas elementares, os governantes são fúteis e corruptos, mas continuam no governo, e parte da população acéfala segue querendo o retorno de uma súcia que assaltou sistematicamente a nação.

Uma crise de vasos comunicantes: roubo, violência, deseducação, morte à míngua por desassistência, passando pela má vontade com  NEYMAR que vem lutando para transpor todas as barreiras físicas e dar ao Brasil a mísera alegria de uma bola na rede.

Oh povo sem jeito!


*Texto de Napoleão Paiva
*Foto: Net

domingo, 29 de abril de 2018

PUNHAL... por Napoleão de Paiva

Esbeltez do corpo esguio
Lazarino, pontiagudo rabo
E empunhadura  de prata
Anéis de madrepérola

Lâmina desafiante
De nascença incômoda
E utilidade restrita:
Ferir com a ponta.

O mesmo que
Ofender, magoar
Furar, sangrar e
Se preciso, matar
Num átimo, se couber.
Desconcertante ballet

Como preciso relâmpago
Que alumia
Perpendicular
A dor derradeira.
Horror.

Se fica
Na bainha ou estojo,
Permanece sendo
Ainda assim, à distância  -
A intrigante peça
De decoração.
Também temida.

domingo, 8 de abril de 2018

SALGADO... Por Napoleão de Paiva



                          A Sebastião Salgado

Quem dita estes versos é o verde
Ou a sua ausência
A paisagem cortada na raiz
O cinza a tomar de conta
Braços secos espantalhos
De terra queimada
Migrados os pássaros
Desviados os cursos
Mortas as nascentes dos rios

E a casa dos pais, para onde foi?
A terra, os homens, engoliram-na?
Provar a secura do regresso:
Ninguém volta para o mesmo lugar

Depois de caminhar das
Estremaduras da Ásia
À quentura d’África,
Massacre de Ruanda, friagem da
Patagônia, ter enfim ciência que
o vento ameno não balança mais
a rede de varanda da família

Ver a derrocada dos confins
Baldeados os rios, azedadas as águas
O verde dos campos só memória
Ou nas mil fotografias de ofício
Voltar à paisagem e topar o estirão
De fuligem suspensa no ar
A embaçar o olhar cravado no nada

Desejo súbito de se insurgir contra a dor
E a solidão dos campos, silêncio
Dos pássaros, acinzentados espaços
Monótono desprazer dum tempo morto
Guardado em panos secos do passado
Como se desgraça consumada, esquecida

Desejo repentino de replantar uma a uma
Cada árvore torcida, trucidada, repintar
A eternidade do verde, nos tons da memória,
Campos de volta à luz, ressuscitados,
Como se plantas em rachadura de asfalto
Como se o verde em areias do deserto
Voltar a água, a folha, o bicho, refazer o paraíso

De pé, de cócoras, andar de rastos, adubar
A mata, repor a floresta que havia antes
Galhos e galhos do emaranhado atlântico
Centenas de mãos na terra, suor de muitos
Na ligeireza da vontade insana ou heroica
Pra terminar quase dez anos depois com a
Natureza de volta ao lugar: dois milhões
E quinhentas mil mudas verdes vingadas
Num chão úmido, remoçado
A embalar o sonho descomunal.

domingo, 18 de fevereiro de 2018

CARETA... por Napoleão de Paiva


Antiface, máscara, carranca
Careta de ritual, de carnaval
Primitivo ocultar-se
Outra identidade
Simulacro de cara
Expressão vária
Encenação
Drama
Impulso de sair de si
Pose
Ser outro ser
Outro bicho
Outra gente
Persona
Personagem
Tragédia
Comédia
Fantasias
Desejos múltiplos
Sentires outros
Incompletude
Brincadeira
Volver criança
Experimentar-se
Expandir-se
Imaginar-se
Libertação
(de si, dos outros).

*Foto:Sebastião Salgado

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