Quem não conhece alguém que já sofreu de depressão? Quem ao menos uma
vez não recebeu esse diagnóstico? É certo que a depressão envolve
muitos fatores e pode ser definida de diferentes formas, mas vamos
considerá-la, aqui, naquilo que ela traz de angústia, de falta de
investimento nas relações com o outro e com o mundo, considerá-la, em
suma, enquanto falta de ímpeto de vida.
Se, por um lado, problemas cotidianos viram transtornos mentais –
crianças saudáveis são diagnosticadas como hiperativas, todos sofrem de
depressão etc. –, por outro o mundo contemporâneo lança mão de todos os
artifícios (e não são poucos) para recusar a dor. “Hoje em dia, só sofre
quem quer”, dizem por aí. Boa parte dos tratamentos para a depressão,
inclusive, busca esse distanciamento, ou melhor, essa recusa. Na
sociedade medicalizada em que vivemos, para tudo existe um remédio, uma
droga. Algo apareceu, que desapareça – pela porta dos fundos, de
preferência.
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