O GENERALÍSSIMO
Desenterraram os restos de Francisco Franco, ditador espanhol por 39 anos, sepultado há quase meio século.
Voltaram a enterrá- lo horas depois, noutro sítio.
Dessa vez num espaço privado do cemitério de El Pardo-Mingorrubio.
Foi sacado da cinematográfica paragem do Valle de los Caídos, que ele mesmo escolhera para jazer, tendo mandado construir um mausoléu para si, com o fim de ser reverenciado por todos, para todo o sempre, usando um espaço público, prática aliás usual entre sátrapas que se acham donos da vida e da morte.
Pouco depois do fim da Guerra Civil Espanhola, em 1939, que matou 1 milhão de pessoas de uma população nacional de pouco mais de 20 milhões, o militar, dizem, comandou pessoalmente a escolha da locação de sua futura cova. Vinte anos depois estava ela inaugurada, com uma basílica faraônica escavada na rocha e uma cruz monumental de 150 metros de altura, construída com mão de obra de prisioneiros de guerra.
Além do ditador Francisco Franco e do fundador da Falange, José Antônio Primo de Rivera, sepultaram também mais de 33 mil vítimas da Guerra, entre nacionalistas e republicanos, milhares a pulso, de todas as partes do país, sem o consentimento de suas famílias.
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