Cerca de R$ 70 milhões em contas bancárias da Priples, que se apresenta
como empresa pernambucana de publicidade digital, foram bloqueados a
pedido da Polícia de Pernambuco.
O valor pode ser utilizado para ressacir as pessoas lesadas no possível
esquema de pirâmide financeira. O casal dono do negócio - o estudante
de ciências da computação Henrique Maciel Carmo de Lima, de 26 anos, e a
enfermeria Mirele Pacheco de Freitas, de 22 anos - teve o mandado de
prisão preventiva cumprido no último sábado (3), por suspeita de de
praticar crimes contra a economia popular e contra a ordem econômica e
relações de consumo. A empresa já movimentou cerca de R$ 107 milhões
desde sua criação, no dia 1º de abril deste ano.
De acordo com a polícia, as investigações tiveram início no fim do mês
de maio, quando sócios da Priples procuraram as autoridades para
denunciar a falta de pagamento ou pagamento parcial do que prometia no
cadastro. Ao visitar a suposta sede da empresa, no bairro de Boa Viagem,
Zona Sul do Recife, a polícia encontrou um escritório em reforma, sem
sinais de atividade. Segundo o delegado responsável pelo caso, Carlos
Couto, os indícios de pirâmide financeira foram aos poucos revelados a
partir de então. "Até o começo de junho, foram 17 reclamações. Mas mesmo
que a empresa estivesse efetuando os pagamentos conforme dizia o
contrato, vimos claros indícios de esquema de pirâmide financeira",
afirmou o delegado. Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão
na Central de Atendimento da Priples, em Jaboatão dos Guararapes, onde
nada foi localizado.
A empresa prometia pagamento de 60% ao mês sobre o valor investido
inicialmente pelo usuário cadastrado. Os lucros eram fornecidos a partir
dos novos investidores, atraídos pela facilidade de ganhar dinheiro. De
acordo com o delegado seccional de Boa Viagem, Guilherme Mesquita, cada
caso será analisado. "Se você ilude a pessoa de alguma forma e a traz
para um negócio de alto risco, para a base da pirâmide financeira, isso
também configura estelionato", disse. De acordo com Carlos, 95% da
receita da empresa e dos sócios vinha do cadastro novos investidores. Os
outros 5%, segundo consta com os autos dos donos, eram provenientes do tráfego de dados da internet.
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