Muitas pessoas falam que o Fim do mundo está próximo, ou melhor, que ele até deveria ter acontecido. Mas o que presenciei esses dias ultrapassa o que denomina-se FIM DO MUNDO: um pai, uma mãe e seu casal de filhos. Aí você me pergunta: O que há de errado? Estás falando de uma família. Pois bem, vamos aos detalhes:
Era meio dia e esse pai de família, responsável pela organização da base familiar encontrava-se bêbado no centro da Cidade. Como se não bastasse, os filhos o tratavam com desprezo, se o que presenciei pode ser chamado de tratamento.
A mulher - e mãe das crianças - segurava uma sacola de bolachas que foram compradas com o "Bolsa Família", programa do Governo Federal.
Após essa curta descrição volto ao pai: sentado no chão, falando palavras de baixo calão, dirigia-se aos filhos e despertava-lhes asco e medo. Ao seu lado, encontrava-se uma de óleo diesel. Função? Acender a lamparina, pois no sítio em que essa "família mora" ainda não tem energia elétrica.
Não sei porque motivos, o pai apanha a garrafa e toma goles desse combustível. Em seguida, passa mal ; a mulher começa a rir e diz: "miserável, você quer morrer !". Minutos depois o homem acende seu cigarro e demonstra imenso prazer proporcionado por este vício. Ele levanta-se e sai sem destino. A mulher e os filhos pegam um carro que os deixará na beira da estrada rumo à casa.
Não pudemos vivenciar o fim do mundo anunciado pelas grandes mídias, mas presenciamos o fim da estrutura familiar, o fim do ser humano, ou melhor, o próprio "fim do mundo" de verdade.
E que venha 2013.
Texto: Flávia Melo
Foto: Reprodução