A Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) chega em 2019 aos seis anos de adesão ao Sistema de Seleção Unificada (SISU), ocorrida em 2014. A instituição trocou o seu Processo Seletivo Simplificado (PSV) pelo Sisu com o objetivo de reduzir custos e aumentar as receitas.
No entanto, até hoje, o Ministério da Educação (MEC) não repassou um centavo da contrapartida prometida.
Os recursos deveriam ser enviados via Programa Nacional de Assistência Estudantil para as Instituições de Educação Superior Públicas Estaduais (PNAEST), mas não foi o que aconteceu.
O reitor da Uern, professor Pedro Fernandes, informa que a universidades está apta, desde 2015, a receber R$ 2 milhões por ano, totalizando o montante de R$ 8 milhões que poderiam ter sido aplicados em ações de assistência estudantil.
Apesar da ausência da contrapartida, Pedro Fernandes avalia que a adesão ao Sisu não foi um erro. Ele justifica que todo o ensino médio hoje em dia foca no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e que também houve economia com o fim do PSV. “O custo para elaboração do PSV era em torno de R$ 800 mil, e arrecadávamos de inscrições em torno de R$ 400 mil. A economia com o Sisu é de, pelo menos, R$ 400 mil”, complementa, acrescentando que, mesmo sem o repasse do Pnaest, a Uern ampliou o investimento em bolsas de R$ 20 mil para R$ 600 mil.
Na última quarta-feira (16), o reitor apresentou um panorama geral da Uern à governadora Fátima Bezerra. Perfil do alunado, política de austeridade, orçamento, impacto social, autonomia financeira, projetos estruturantes e o potencial que a Uern agrega em desenvolver diversas parcerias foram alguns dos assuntos tratados.
Enfatizando o aspecto social, Pedro Fernandes citou o perfil do aluno da Uern, formado por 89% de estudantes provenientes da rede pública de ensino. “A Uern possibilita que esse aluno mais carente tenha acesso ao ensino superior. Temos 78,9% dos estudantes na faixa salarial de 0 a 2 salários mínimos, além disso, apenas 16% das mães e 8% dos pais de nossos estudantes têm ensino superior”, exemplificou Pedro Fernandes, justificando a política de assistência estudantil implantada na Uern, com a oferta de bolsas que auxiliam na permanência do aluno.
Sobre o aspecto financeiro, Pedro Fernandes ressaltou que em 2018 o percentual da Uern no Orçamento do Estado foi de apenas 2,32%. O reitor ainda falou sobre o projeto de autonomia financeira da Uern, construído e discutido coletivamente nas instâncias universitárias e enviado ao Governo do Estado.
Reiterando o valor da universidade para o RN, Fátima destacou que é de suma importância ter a Uern cada vez mais próxima do Governo e agradeceu o apoio. "Eu sei que conto com a compreensão de vocês, estamos vivendo tempos de economia de guerra. Estamos 'catando moeda' para restabelecer o equilíbrio e a normalização dos pagamentos dos servidores, trazer o Estado para o limite da responsabilidade fiscal", destacou a chefe do Executivo estadual.
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