A governadora Fátima Bezerra anunciou nesta
quarta-feira, 02, a decretação de estado de calamidade financeira no Rio Grande
do Norte diante da grave situação econômica e fiscal. O decreto de calamidade
integra o Plano Estadual de Recuperação Fiscal que contém, inicialmente, outros
seis decretos visando a redução de custos e o controle de despesas.
A decretação de calamidade pública permite à
administração adotar medidas de forma mais ágil para enquadrar as despesas com
pessoal dentro dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF que prevê
prazo de dois quadrimestres para manter a folha de pessoal em 48% da receita.
Hoje a folha é em torno de 57%. Com o decreto, o governo ganha tempo para
cortar despesas e evitar demissão de servidores comissionados, não estáveis e
até estáveis, se for necessário. Também permite adotar medidas de contenção de
custos e tratar junto ao governo federal de ações em favor do Estado.
Os outros cinco decretos anunciados prevêem a
revisão das despesas de custeio, retorno aos órgãos de origem dos servidores
civis e militares cedidos, institui horário de funcionamento do Poder Executivo
das 8 às 14 horas, cria o comitê estadual de negociação coletiva com os
servidores públicos e o comitê de gestão e eficiência no âmbito do Poder
Executivo.
“Estas medidas têm a finalidade de construir
condições de governabilidade. Hoje temos um déficit orçamentário de R$ 2,57 bilhões,
sendo R$ 420 milhões em salários, R$ 1,3 bilhão com fornecedores, R$ 120
milhões referentes a consignados descontados dos servidores e não repassados
aos bancos, R$ 100 milhões de repasses aos outros poderes, R$ 70
milhões de precatórios não pagos em 2018”, afirmou a governadora, para
acrescentar: “O decreto não é para alarmar, mas para alertar a sociedade sobre
a realidade dura na qual se encontra o nosso Estado, um quadro dramático, de
colapso financeiro e fiscal”.
Para apresentar o Plano Estadual de Recuperação
Fiscal, a governadora Fátima Bezerra reuniu representantes dos poderes
Legislativo e Judiciário, do Ministério Público Estadual, Tribunal de Contas,
Defensoria Pública, representantes da classe empresarial (indústria, comércio,
agricultura, transportes) e representantes das várias categorias dos servidores
públicos que integram o Fórum dos Servidores estaduais. Ela alertou para a
importância dos poderes e do setor produtivo em participar, junto com o
governo, dos esforços para equilibrar a economia estadual.
O secretário estadual de Planejamento, Aldemir
Freire, disse que, diante da gravidade da situação financeira será preciso
tempo para equilibrar as finanças. Por isso estamos começando agora com estas
medidas e outras virão”.
Para o presidente da Assembleia Legislativa,
deputado Ezequiel Ferreira, as medidas são necessárias para o equilíbrio
econômico, financeiro e fiscal. “A Assembleia está à disposição do Governo,
inclusive, se necessário, atendendo convocação extraordinária para votar os decretos.
O Governo está tomando medidas para o Estado sair desta crise que prejudica a
todos”, afirmou o parlamentar.
O Procurador chefe do Ministério Público, Eudo
Leite, declarou que a nova administração começa bem e que as medidas de
austeridade estão apresentadas de forma clara. “Concordamos com as medidas
propostas e o Ministério Público está pronto para colaborar”.
Amaro Sales, presidente da Federação das Indústrias
do RN – Fiern, parabenizou a condução que a governadora Fátima Bezerra está
dando ao enfrentamento da crise. “Também estamos à disposição do Governo neste
momento, talvez o mais difícil da nossa história, para combater o déficit
orçamentário e equilibrar o Estado”.
O desembargador Expedito Ferreira, presidente do
Tribunal de Justiça considerou os decretos apresentados pelos Governo
“necessários para a governabilidade” e parabenizou a governadora “pela
transparência e pelas medidas justas”. O presidente do Tribunal de Contas,
conselheiro Poti Junior, destacou a iniciativa do diálogo iniciado pela
governadora e a transparência na apresentação da situação de extrema
dificuldade e das propostas para o equilíbrio financeiro”.
Presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais e
integrante do Fórum dos Servidores, Ludenilson Lopes, afirmou que a crise nas
finanças precisa ser enfrentada com o consenso da sociedade e com a união dos
poderes.
Assecom
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