Redação Agora RN
A Universidade Estadual do
Rio Grande do Norte (Uern) vai apurar um suposto caso de declaração irregular
no regime de cotas raciais para obtenção de vaga no curso de Direito. O caso
envolve uma candidata da cidade de Mossoró, na região Oeste, que se autodeclarou
“parda” para a instituição estadual de ensino superior.
O episódio ganhou repercussão
após a jovem – de cabelos loiros, pele branca e bochechas rosadas – ter gravado
um vídeo defendendo o direito de ser cotista. “Eu sou parda. Está no registro
de nascimento, em todos os cantos, no teste do pezinho e tudo. Deixem de falar
as coisas sem saber; de que eu coloquei cota, que eu sou branca. Eu não sou
[branca], eu sou parda. Estou agora com pó [maquiagem no rosto], mas eu,
realmente, sou parda”, disse a estudante, que não teve a identidade revelada.
Após a repercussão do vídeo,
a estudante apagou os perfis nas redes sociais. No entanto, o registro da
gravação foi salvo por outros usuários do Twitter, que passaram a replicar o
filmete.
Em uma das postagens feitas
na rede social, o desabafo da estudante já foi visto mais de 150 mil vezes. Os
comentários questionam o benefício da cota racial. “Engraçado que agora todo
mundo se autodeclara negro. ‘Ah, eu sou negra… minha avó era bem negra, então
sou negra’. A ideia da cota é justamente uma ação afirmativa para reparar uma
situação histórica triste provocada pela escravidão. A ideia do sistema é linda
e digna”, escreveu um usuário do Twitter.
De acordo com a Uern, a jovem
ainda não é aluna do curso de Direito. O vínculo definitivo só será
concretizado após a realização da matrícula curricular. Além disso, a
postulante à vaga ainda terá de passar pelo crivo da comissão de
heteroidentificação, que é responsável pela análise dos processos de cotas
étnico-raciais. Atualmente, a instituição preserva o percentual da cota social
(50% das vagas) e a cota para pessoa com deficiência (5% das vagas).
Ainda de acordo com a Uern,
os candidatos autodeclarados pretos, pardos e indígenas, além do preenchimento
do Formulário de Autodeclaração, passam por procedimento de
heteroidentificação, que será realizado a qualquer tempo, com objetivo de
confirmar a condição alegada pelo candidato.
A constituição de comissão
específica atende aos mecanismos legais previstos para garantir a real efetividade
da política afirmativa adotada pela instituição através da Lei de Cotas, assim
como evitar a prática de fraudes. Após a repercussão do vídeo e de denúncias
feitas à comissão, o caso da estudante autodeclarada parda virou alvo de
apuração por parte da instituição.
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