Alex Viana
Jornal de Hoje
O governador eleito do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PSD),
reforçou a parceria política com o Partido dos Trabalhadores (PT) e
disse que dividirá com os petistas o desafio de governar o Estado. Foi
durante encontro estadual do PT, no último sábado. Na oportunidade,
Robinson atribuiu parte considerável do sucesso da sua vitória à aliança
com os petistas e afirmou que quer contar com a inteligência e com a
coragem dos integrantes do PT para administrar o Estado.
“Sem o PT eu não estaria aqui, não seria hoje governador eleito. Por
isso eu reforço: o PT será o parceiro forte dessa transformação do nosso
Rio Grande do Norte”, afirmou Robinson, na oportunidade. “Temos um
grande desafio que é governar o Rio Grande do Norte no rumo que está o
país, mas esse desafio não é só meu e não é só do governador Robinson, é
também do PT”, reforçou o governador, na presença de lideranças
petistas e da militância do partido.
A aliança entre o PSD e o PT surgiu da exclusão de ambas as legendas
do acordo político liderada pelo presidente da Câmara dos Deputados,
Henrique Eduardo Alves (PMDB), candidato a governador que terminou
derrotado nas urnas. A aliança PSD/PT só se tornou possível porque as
duas legendas tinham projetos que se encaixavam: Robinson era
pré-candidato do PSD a governador, e a deputada federal Fátima Bezerra
(PT), pré-candidata a senadora. A parceria entre as duas legendas e
lideranças resultou vitoriosa.
NOVA PARCEIRA
Passado o período eleitoral, entra em cena a repactuação da parceria
entre PSD e PT. Desta feita, o objetivo é dividir a responsabilidade de
administrar o Estado. “Quero aqui renovar minha alegria pela parceria
com o PT. Tenho certeza que essa parceria vai render muitos frutos para o
nosso Estado durante o nosso governo. Vamos governar como prometemos
nas praças públicas”, afirmou Robinson, ainda durante o encontro de
sábado do PT.
O PT tem quadros e irá ocupar espaços no governo Robinson Faria. Não
se sabe ainda a dimensão desta participação. Há quem defenda junto ao
governador uma parceria mínima com o PT, oferecendo apenas a Secretaria
de Educação. Outros, entretanto, sugerem uma maior fatia da
administração. Os partidários da primeira tese temem que uma presença
maior do PT no governo possa prejudicar politicamente Robinson no
futuro, tornando o governo refém. Já quem propaga a segunda tese crer
que somente uma parceria forte com o PT será possível tirar o Estado do
atoleiro, sobretudo financeiro, em que se encontra, já que a legenda
controla os cofres da União.
Por ora, faz-se segredo em torno do espaço e dos cargos que serão
dados ao PT. Além disso, o governo Robinson pretende contemplar ainda as
demais legendas que participaram do seu palanque, entre as quais, o PC
do B, do vice-governador Fábio Dantas, e outras de menor expressão. Nos
bastidores, informa-se que o futuro governador deverá anunciar o novo
secretariado apenas no dia 22 deste mês, dois dias antes do Natal.
Fátima Bezerra: “A nós do PT interessa em muito o sucesso do governo Robinson”
A senadora eleita Fátima Bezerra (PT) disse que interessa ao PT, em
muito, o sucesso do futuro governo Robinson Faria (PSD). Em entrevista
ao Jornal de Hoje, antes de participar da abertura do primeiro seminário
do programa “RN Sustentável”, a deputada federal falou sobre suas
expectativas em relação ao governo a partir de 2015.
“A nós, do PT, nos interessa, em muito, o sucesso do novo governo,
que se inicia a partir de janeiro, sob a liderança do governador
Robinson Faria. A nós do PT interessa o êxito desse governo porque nos
interessa que tenhamos um governo que responda às expectativas, aos
anseios e às necessidades do povo norte-rio-grandense. Então, nós
estamos ao lado do governador Robinson, empenhados em dar a nossa
contribuição para que tenhamos, a partir de janeiro que vem um governo
exitoso”, disse Fátima.
Sobre o espaço que o PT terá na gestão do Estado, Fátima disse que
ainda não havia definição, mas ressaltou que ainda nesta segunda-feira
poderá haver novidades, tendo em vista que há uma reunião agendada para
esta tarde do PT com o governador, para discutir o tema. “Nós agora
estamos discutindo a participação do PT no governo, o que era esperado e
natural. Porque nós somos governo.
Mas não tem nada confirmado ainda.
Porque ainda não esgotamos a discussão no que diz respeito à
participação do PT no primeiro escalão. Nós tivemos a primeira reunião
da comissão política com o governador. A segunda reunião será nesta
segunda feira, e agora nós estamos na fase de acelerar o calendário. Até
porque o governador toma posse no dia primeiro de janeiro e tem que
anunciar o secretariado dele”, frisou Fátima. “Agora entra numa fase de
celeridade, porque, além do PT, o governador também tem que promover o
diálogo com os outros partidos que participaram”.
Fátima evitou confirmar que o PT cuidará da Educação. “Só vou falar
enquanto proposta global. O PT tem bons quadros, bons nomes, em várias
áreas, que estão à disposição do novo governo a partir do ano que vem.
Até pelo protagonismo que o PT exerceu nessas eleições junto com o PSD, o
PT tem clareza da responsabilidade que tem nesse momento, de colaborar e
ser parceiro forte do novo governo que se inicia a partir do ano que
vem, porque nós somos governo. Então temos vários nomes, vários quadros,
para colaborar”, frisou.
A senadora eleita ressaltou ainda o reconhecimento do sucesso da
parceria do PT com o PSD nas últimas eleições para a vitória de Robinson
para o governo e dela para o Senado. “O governador colocou claramente
que sem minha candidatura ao Senado, sem a participação do PT, ele não
teria conseguido o êxito que se conseguiu, que foi a vitória dele para o
governo. O governador reconhece o protagonismo nessas eleições exercido
especialmente não só pelo partido dele, que tinha candidato ao governo,
mas pelo PT, que tinha a candidatura ao Senado”, observou Fátima
Bezerra.
A petista lembrou ainda da participação de outras legendas, como o PC
do B, na campanha vitoriosa. “Na verdade, nós temos a participação
muito importante do PC do B, partido do vice. Assim como outros que
participaram e deram importante contribuição. Mas é inegável que, do
ponto de vista do protagonismo político, o PT exerceu um papel muito
estratégico nessas eleições, por ter sido o partido do candidato a
governador e o partido da candidata à senadora, ambas as candidaturas
vitoriosas”.
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