MOSSORÓ HOJE - O infectologista e pesquisador Kleber Luz, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, disse que certamente vão surgir muitos outros casos de microcefalia nas maternidades do Rio Grande do Norte e recomenda: “Para quem puder esperar para engravidar, esta seria uma medida prudente”, declara infectologista ao Jornal O Globo.
“Não tem nada que nos faça acreditar que esse fenômeno vai parar de uma hora para outra”, acrescentou Kleber Luiz, lembrando que os médicos, em geral, não têm experiência para lidar com casos de microcefalia, que são casos raros de acontecer. Diz que casos de hidrocefalia é comum aparecer e existe muitos casos inclusive sendo tratados, mas microcefalia é raro.
O especialista em medicina tropical, com atuação no Hospital Infantil Varela Santiago, em Natal, Kleber Luz disse que conseguiram autorização para fazer exames aprofundados numa criança que não resistiu e faleceu semana passada em Natal. Ele espera que os testes ajudem a chegar a impressão digital do possível vírus que afetou este bebê em questão.
O número elevado de casos de microcefalia foi percebido inicialmente pelos médicos no Estado do Pernambuco. Já são 141 casos confirmados. No Rio Grande do Norte, são pelo menos 30, sendo que 8 em Mossoró. Um bebê, inclusive, está internado no Hospital Maternidade Almeida Castro. O que está causando o problema na formação do crânio?
Ao Globo, o infectologista Kleber Luz declarou que a microcefalia pode ter origem na genética, ou seja, passado de pai para filho, mas isto não justifica o surto repentino no Nordeste. Destaca que pode ser também consequência do abuso no uso de drogas, álcool e exposição à radiação durante a gestação. Mas isto também não explica tantos casos em regiões distintas.
Para os especialistas, teria que haver algo que ligassem os casos. E a suspeita lançada está no zica vírus, que teria chegado ao Brasil durante a Copa do Mundo. Este vírus é transmitido através do mesmo mosquito transmissor da dengue e os sintomas são mais fortes. Neste caso, a suspeita é que as mães dos bebês teriam tido a doença e afetado a formação do bebê.
Sesap define HUOL como hospital de referência para casos de microcefalia
A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) definiu nesta sexta-feira, 13, o Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL) como unidade de referência para o atendimento às crianças com microcefalia, devido à capacidade maior de atendimento do setor de pediatria.
Outra definição é a criação da Comissão Especial de Saúde (COES), espécie de gabinete de emergência, seguindo o que preconiza o Ministério da Saúde nestes casos.
A partir da escolha do HUOL, o COES está dando andamento e quer finalizar no início da semana a construção do protocolo local para o acompanhamento dos casos de microcefalia já diagnosticados no RN.
Algumas etapas já estão definidas: após o encaminhamento da criança ao hospital, será feita uma bateria de exames a fim de diagnosticar a presença de alguma patologia decorrente da microcefalia, para que a partir daí cada caso seja acompanhado por um especialista da área.
A Sesap criou em seu site uma página com todos os esclarecimentos sobre a microcefalia, que pode ser visualizada através de um banner e em breve será espaço para notificações das unidades de saúde, acompanhamento de estatísticas e informações à população e imprensa.
O banner Má formação/ Microcefalia pode ser acessado em: www.saude.rn.gov.br
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