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quarta-feira, 3 de outubro de 2012

DIOCESE relembra mártires de Cunhaú e Uruaçu

A igreja católica lembra hoje, 3, os mártires de Cunhaú e Uruaçu. Os massacres que acabaram com a vida de cristãos católicos ocorreram no ano de 1645, mas foi a partir de 2000, quando as vítimas foram beatificadas pelo então papa João Paulo II, que a data passou a ter mais destaque.

“O Diretório da Liturgia da CNBB (da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) que orienta a Liturgia em todo o Brasil traz como “Memória”, na quarta-feira, dia 3 de outubro, os Bem-aventurados André de Soveral, Ambrósio Francisco Ferro Presbíteros e Companheiros Mártires. Portanto, também na Diocese de Santa Luzia de Mossoró, como no Brasil inteiro, celebrará o martírio dos Beatos supracitado, ocorrido no ano de 1645”, diz o pároco de Santa Luzia, padre Walter Collini. Ele informa que a missa, na Paróquia de Santa Luzia, será no Santuário do Coração de Jesus, às 17h.

Para o pároco, o significado da data pode ser descrito segundo a homilia do Papa João Paulo II, no dia 5 de março de 2000, que beatificou os 28 leigos e os dois sacerdotes na presença de cerca de mil brasileiros na praça de São Pedro. “Na sua reflexão o Santo Padre disse: ‘São estes os sentimentos que invadem nossos corações, ao evocar a significativa lembrança da celebração dos quinhentos anos da evangelização no Brasil, que acontece este ano. Naquele imenso País, não foram poucas as dificuldades de implantação do Evangelho. A presença da igreja foi se afirmando lentamente mediante a ação missionária de várias ordens e congregações religiosas e de sacerdotes do clero diocesano.

Os mártires, que hoje são beatificados, saíram, no fim do século XVII, das comunidades de Cunhaú e Uruaçu, do Rio Grande do Norte. André de Soveral, Ambrósio Francisco Ferro – presbíteros e 28 companheiros leigos pertencem a esta geração de mártires que regou o solo pátrio, tornando-o fértil para a geração de novos cristãos. Eles são as primícias do trabalho missionário, os protomártires do Brasil. Um deles, Mateus Moreira, estando ainda vivo, foi-lhe arrancado o coração pelas costas, mas ele ainda teve forças para proclamar a sua fé na Eucaristia, dizendo: ‘Louvado seja o Santíssimo Sacramento!’”, comenta o sacerdote.

O vigário-geral da Paróquia de Santa Luzia, Padre Flávio Augusto, ressalta que a comunidade católica reconhece a importância desses mártires. “Claro. Com certeza”, diz o sacerdote.

Padre Flávio comenta que o processo de martírio significa que esses cristãos perderam a vida por causa da fé e, no mundo de hoje, isso é muito importante porque é um testemunho das pessoas que abriram mão da vida, mas não da convicção.

De acordo com Pe. Flávio, existem duas formas de beatificar alguém. Uma deles é quando há necessidade de comprovação de um milagre e o segundo caso é quando fica comprovado que se trata de um mártir, descartando a necessidade de milagre.

O próximo passo é a busca pelo título de santo, quando é preciso um milagre comprovado.

SOBRE A DATA - Segundo informações disponíveis na internet, os massacres aconteceram no ano de 1645, sendo o primeiro deles em Cunhaú – localizado em Canguaretama – e o segundo em Uruaçu, no dia 3 de outubro deste ano. Os fiéis católicos foram trancados dentro de igrejas durante as celebrações e submetidos à violência. Sem reagir, eles pediram perdão dos seus pecados.

Barriguda News
Via Gazeta do Oeste

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