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quinta-feira, 14 de julho de 2022

Nova exposição da Galeria Conviv’Art exibe a força da xilogravura potiguar

 
Primeiro você imagina o que vai retratar. Depois, com o desenho escolhido feito no papel, a partir do auxílio de carbono ou giz, passará para a madeira e inicia a entalhamento com um instrumento cortante. Essa é a descrição dos passos básicos da técnica de xilogravura feita pela artesã Célia Albuquerque, uma das expositoras da nova exposição da Galeria Conviv’Art, do Núcleo de Artes e Cultura (NAC/UFRN), Face a Face: “Das Artes, a matriz”, ao lado dos artistas Erick Lima e Yolanda Carvalho. A abertura da exposição acontece nesta quinta-feira, 14, às 19h.

Nas paredes da Galeria Conviv’Art, os quadros em preto e branco com as xilogravuras e suas matrizes (suportes, normalmente de madeira, usados para realizar a gravura e a reprodução das imagens) revelam de onde surgiu e a origem do nome da exposição. Segundo Célia Albuquerque, mostrar ao público a impressão do desenho e de onde ela partiu é interessante, principalmente porque a matriz é essencial para a realização deste trabalho. “É uma espécie de carimbo, uma técnica da arte chinesa, que serviu como amparo para a impressão que se faz hoje e a difusão de uma informação para várias pessoas”, explica a artista.

Nísia Floresta, Auta de Souza, Débora Seabra, Leilane Assunção, Noilde Ramalho, Margareth Gondim, Mãe Luiza e Dona Militana são algumas das mulheres que fizeram história no Rio Grande do Norte representadas nas xilogravuras da artesã Célia Albuquerque. Além dessas obras, a expositora traz uma coleção com figuras de santas, como Santa Rita de Cássia e Nossa Senhora da Guia, e a igreja, desenhada na própria parede da sala da Galeria, para compor o espaço. “Célia colocou essa igreja, mas no projeto inicial ela não estava. Nesse momento, ela acrescentou e fez um diferencial na exposição”, conta Elidete Alencar, coordenadora da Galeria Conviv’Art.

Na Face a Face: “Das Artes, a matriz”, Erick Lima reúne e expõe um trabalho diverso com elementos da cultura popular e regional, além da figura humana. Essas representações geralmente são vistas nas capas dos livretos da literatura de cordel. A terceira expositora, Yolanda Carvalho, traz xilogravuras em um livro de artista, com uma montagem semelhante ao formato de uma sanfona. Em suas obras, há ilustrações com pássaros e imagens femininas. Ao todo, são cerca de 100 peças de xilogravuras disponíveis para a visitação. A mostra ficará aberta do dia 15 de junho a 4 de agosto, de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h.

Programada para ser apresentada em 2020, mas adiada por dois anos devido a pandemia da covid-19, a Face a Face: “Das Artes, a matriz” é a primeira exposição com obras artísticas feitas apenas de xilogravura dos últimos cinco anos na Galeria. Para a coordenadora da Galeria Conviv’art, as expectativas são as melhores. “Célia sempre surpreende. O trabalho de Yolanda também surpreendeu com um livro de artista muito bom. Erick também trouxe uma coleção de xilo que está arrasando. A exposição será um grande sucesso”, compartilha Elidete com entusiasmo.

Por Cecília Costa de Agecom/UFRN

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