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domingo, 30 de agosto de 2020

INTERVENTOR DO IFRN NOMEIA PARA O CAMPUS DE JUCURUTU TIA DE CAPITÃO DA PM PRÉ-CANDIDATO A PREFEITO PELO PSL

 

Fonte: Saiba Mais/RN-Rafael Duarte

O interventor do IFRN Josué Moreira de Oliveira segue misturando política partidária com a gestão institucional. Nesta quinta-feira (27), ele confirmou a nomeação, para a direção do campus avançado de Jucurutu, da servidora aposentada Paula Francinete de Araújo Batista.

Ex-diretora do campus de Parelhas, Francinete é tia do capitão da PM Milerd Garcia e pré-candidato a prefeito pelo PSL em Currais Novos. Apesar da candidatura pelo município vizinho, o capitão Garcia é lotado em Jucurutu.

O partido é o mesmo pelo qual Moreira se candidatou à prefeitura de Mossoró em 2012 e 2016. O interventor está há quatro meses no cargo após ser nomeado pelo ex-ministro da Educação Abraham Weintraub. A indicação dele foi política e partiu do deputado federal bolsonarista general Girão (PSL).

O atual diretor do campus de Jucurutu Alessandro Vinícius Pereira Rolim de Araújo soube da exoneração pela publicação no boletim eletrônico do IFRN.

Somente essa semana, Josué Moreira recebeu mais duas notícias negativas. Na primeira, o Ministério Público Federal recomendou que o interventor suspenda a compra de 20 notebooks ao custo de R$ 12,5 mil, cada. Ele tem 10 dias para informar as providências tomadas.

Na quarta-feira (27), a Justiça Federal também cobrou explicações de Josué Moreira sobre a nomeação ilegal para o cargo de pro-reitor de extensão de um professor suspenso por um Processo Administrativo Disciplinar.

O despacho, assinado pela juíza Moniky Mayara Costa Fonseca, deu cinco dias para Moreira se pronunciar. A nomeação de Bruno aconteceu em maio de 2020.
Diretor exonerado cita constrangimento e falta de respeito

Exonerado na quinta-feira (27), o agora ex-diretor do campus avançado de Jucurutu Alessandro Vinícius Pereira Rolim de Araújo é professor do curso de sistemas de computação desde 2010, ano em que ingressou no IFRN. Essa é a sexta função que ele ocupa no período.

Alessandro soube da exoneração através de uma mensagem de whatsaap enviada por um colega:

“Eu soube por mensagem de celular, uma pessoa perguntando se eu estava sabendo que havia sido exonerado. Além de constrangimento foi uma falta de respeito. Não fui consultado e vejo essa situação com muita preocupação”, disse por telefone à agência Saiba Mais.

Ele ocupava o cargo desde 2018 e acompanhou a construção do campus, inaugurado em março, dias antes da suspensão das aulas em razão da pandemia.

– Vejo com preocupação porque está entrando uma pessoa sem estar a par de toda a situação. E há uma certa dificuldade de fazer as coisas funcionares. Há professores acompanhando tudo. A mudança agora pode até acarretar prejuízo para a instituição”, disse.

Membro do conselho superior do IFRN, Alessandro de Araújo relata insegurança por parte dos colegas em realizar o trabalho administrativa no Instituto. Isso porque a reitoria não tem orientado os servidores e, quando orientam, é de forma errada.

– Participo das reuniões como membro do Consup, mas está bastante difícil, nossos colegas não sabem o que tem que fazer e se deve fazer. Não tem orientação por parte da reitoria e quando tem é orientação errada. Uma colega ontem me disse que não sente segurança em desenvolver as atividades”, desabafa.

O professor acredita que a situação de conflito e impasse no IFRN só vai se resolvida quando Josué Moreira deixar o cargo.

“Ele (o interventor Josué Moreira) diz que tem uma missão, mas não sei que missão é essa, só se for acabar com a instituição”, lamenta.

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