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sexta-feira, 9 de agosto de 2019

QUEBRANDO BARREIRAS: RN DIPLOMA SUA PRIMEIRA ADVOGADA TRANS

Fonte: De Fato.com
Foto: OAB Mossoró


Maitê Ferreira é a primeira advogada trans de Mossoró e do Rio Grande do Norte a receber a carteira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A solenidade aconteceu ontem (08/08/19), na sede da OAB em Mossoró. A informação é da assessoria de comunicação do órgão no município.

A jovem de 24 anos é bacharel em Direito, especialista em Direito Constitucional e mestranda em Direito pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA). Maitê conta que Direito não foi uma escolha fácil já que sempre atuou junto aos movimentos sociais e tinha em mente cursar Ciências Sociais, mas logo foi se encontrando no Direito, até vencer o estigma e as dúvidas de como sendo uma advogada trans, como seria a sua vida.

Depois de refletir, Maitê que obteve a aprovação no Exame de Ordem ainda no ano passado, decidiu enfrentar e inverter a pergunta: ‘como poderia abrir mão de atuar e ser exemplo pra outras mulheres trans que virão depois?’

Depois de dar entrada na solicitação da carteira de advogada para o recebimento da sua carteira com o nome social a que tem direito, Maitê relatou:
“Somente após ser reconhecida com meu nome, sendo como eu sou, que pude sentir confiança de juntar toda a papelada, pagar a taxa, comprar a briga.

Pude começar a imaginar um futuro para mim enquanto advogada. Agradeço à OAB Mossoró e OAB RN por terem garantido compreensão e aceitação no meu processo de inscrição, que foi pioneiro na cidade de Mossoró/RN - cidade que tanto estimo e que resido há quase 9 (nove) anos. Vamos fazer desta solenidade um marco da resistência da democracia. Convido, de coração, a todas as pessoas que possam comparecer”, ressalta Maitê.

Daqui para frente, Maitê Ferreira sinaliza o que se pode esperar desta nova advogada:

“Esta OAB não vai ser só minha. Firmo o compromisso de que esta carteirinha vai se voltar pra quem mais precisa: as mulheres vítimas de violência doméstica e de assédio sexual, bem como das pessoas LGBT que sofrem preconceito e discriminação dentro de casa, na rua e nos locais de trabalho”.


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