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quarta-feira, 17 de outubro de 2018

ELEIÇÕES 2018: Membros do PDT pedem expulsão de Carlos Eduardo por apoio a Bolsonaro

Integrantes do Diretório Nacional do PDT e representantes de movimentos ligados ao partido encaminharam à Comissão de Ética da legenda um pedido para que a candidatura de Carlos Eduardo Alves ao Governo do Rio Grande do Norte seja cassada e para que o político seja expulso da sigla, por causa do apoio declarado por ele a Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno presidencial.

Em nota, os correligionários afirmam que, ao “flertar abertamente com o neofascismo”, Carlos Eduardo feriu a identidade ideológica do PDT, que é um partido “nacionalista, trabalhista e popular” e “de esquerda, antifascista e anti-imperialista”. A necessidade de obediência a esses princípios estaria clara no Estatuto do PDT, segundo os que assinaram o pedido de expulsão.

O pedido classifica, ainda, Carlos Eduardo como um “oportunista”. “Seria vergonhoso, na história do Brasil, um partido com a história de lutas como o PDT abrigar em seu seio notórios oportunistas que flertam, paqueram e transam abertamente com o fascismo”, diz o documento, assinado por 12 pessoas, que pede punições também para Amazonino Mendes (candidato ao Governo do Amazonas), Odilon de Oliveira (candidato ao Governo do Mato Grosso do Sul) e Ênio Bacci (deputado estadual pelo Rio Grande do Sul).

Citando personalidades que ajudaram a formar o PDT, como Darcy Ribeiro e Leonel Brizola, os correligionários destacaram que a história do partido é em defesa do “trabalhismo, da Nação e dos interesses do povo brasileiro”, algo contra o qual Jair Bolsonaro atentaria, na opinião deles.

“A expulsão de todos é em defesa dos direitos humanos do povo brasileiro. Defender a expulsão de todos os supracitados é defender a causa da mulher, do negro, do índio, da população LGBT, do jovem, do nordestino, do inválido e dos aposentados. O expurgo sumário de Amazonino Mendes, Carlos Eduardo Alves, de Odilon de Oliveira e de Ênio Bacci é em defesa da nossa história e da nossa ideologia trabalhista”, acrescenta o pedido.

Signatário do pedido, Wendel Pinheiro, membro do Diretório Nacional do PDT, afirma que Carlos Eduardo e os demais integrantes do partido deveriam seguir a recomendação de manifestar “apoio crítico” a Fernando Haddad (PT) no segundo turno presidencial. “Fizemos a representação para que eles possam responder porque decidiram apoiar Bolsonaro. Isso fere a linha do partido”, destaca.

Também membro do Diretório Nacional do PDT, Rafael Galvão defende, diante das circunstâncias, a eleição de Fátima Bezerra (PT) para o Governo do Rio Grande do Norte. “Não podemos permitir que esse País caia na mão de fascistas, de pessoas que querem levar o País a um período de trevas, em que as pessoas não possam questionar, se manifestar ou ter livre consciência nem liberdade de expressão. Não podemos retroceder nem voltar atrás. Por isso, pedimos a expulsão. Não podemos compactuar com erro, com discurso autoritário nem discurso racista. Queremos que a Comissão de Ética se manifeste o mais rápido possível”, argumentou.

A assessoria de Carlos Eduardo classificou a notícia como um “factoide”. De acordo com a campanha, o candidato conversou “pessoalmente” com o presidente nacional do partido, Carlos Lupi, e com membros da Executiva Nacional, que teriam liberado o apoio a Bolsonaro. “Falta de assunto”, complementou a assessoria.

Rafael Galvão finalizou acrescentando que, independentemente disso, o pedido de expulsão deverá ser analisado. “O partido é um organismo vivo. Carlos Lupi é o presidente, não dono do partido. Eles [assessoria de Carlos Eduardo] não conhecem o partido do qual fazem parte. Vai ser votada a expulsão dele. Ele não nos representa, nem a maioria do PDT”, completou.

O Agora RN procurou o PDT, mas, até o fechamento da reportagem, não havia obtido resposta.

*AgoraRN

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