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sexta-feira, 9 de março de 2018

ALUNOS PROTOCOLAM DENÚNCIA CONTRA PROFESSOR QUE PROIBIU ALUNA DE ASSISTIR AULA NA UFRN ACOMPANHADA DA FILHA

Um grupo de alunos do curso de Ciências Sociais da UFRN entrou nesta quinta-feira (8) com uma representação no departamento que gere a graduação, solicitando que a Universidade apure o que aconteceu na aula de Introdução à Sociologia na última terça-feira (6). Na ocasião, o professor Alípio de Sousa Filho proibiu uma estudante de retornar à sua aula acompanhada da filha, uma menina de cinco anos.

De acordo com o chefe de departamento do curso, professor César Sanson, a representação está assinada pelo Coletivo Acadêmico de Ciências Sociais. Sanson disse que encaminhou o pedido à secretaria do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA) e que, depois, o documento será enviado à reitoria. “Lá a reitora vai apreciar se irá, ou não criar uma comissão de sindicância para apurar os fatos”, explica. Segundo Sanson, este é o trâmite padrão.

O fato aconteceu nesta terça-feira (6) durante a aula de Introdução à Sociologia do curso de Ciências Sociais da UFRN. “Me senti muito mal.Minha filha perguntou se não podia mais assistir às minhas aulas. Se era por causa dela. É uma grande humilhação. A única família dela sou eu. Ela só tem a mim. Foi terrível”, relatou a aluna Waleska Maria Lopes.

Segundo ela, Alípio Filho a informou que não poderia assistir às suas aulas com a criança e ordenou que Waleska se retirasse da sala. A estudante cria a filha sozinha. Nascida no Rio de Janeiro, onde ainda mora sua família, ela veio viver em Pau dos Ferros, região Oeste potiguar, em 2008. Em 2017, mudou-se para Natal com o objetivo de estudar. Conseguiu entrar na UFRN com a nota obtida no Enem. Na capital, divide um imóvel com outras pessoas, onde também vive sua filha. Durante o dia, trabalha como atendente de telemarketing para sustentar as duas, e nesse período a criança fica em uma escola.

 Alípio Filho diz que não expulsou a aluna da aula. Contudo o professor admite que proibiu a estudante de voltar novamente a uma aula acompanhada da filha.

“Uma criança de cinco anos, todo mundo sabe, é uma criança que fica inquieta. E a aluna tem que se ocupar com a filha. Se ocupa, porque fica vendo a criança levantar, a criança sentar. E, portanto, a criança fica chamando a atenção da aluna, o que faz com que ela não esteja atenta à aula. Além disso, chama a atenção dos demais alunos”, argumenta.


G1/RN

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