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quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Policiais civis se apresentam na Degepol com algemas nos punhos

Policiais civis do Rio Grande do Norte se apresentaram na manhã desta quarta-feira, 3, na Delegacia Geral de Polícia (Degepol), em Natal, para serem presos. Eles estão com algemas nos punhos em protesto contra a possibilidade deles serem presos após decisão judicial determinar o retorno ao trabalho.

A medida foi tomada na tarde desta terça-feira, 2, durante assembleia da categoria A ação faz parte da mobilização que os agentes vem realizando desde o dia 20 de dezembro, cobrando o pagamento dos salários de novembro, dezembro e do 13º.

O Tribunal de Justiça do RN (TJRN) considerou o movimento ilegal e determinou a prisão de policiais da ativa e da reserva que incentivem, promovam ou defendam a greve. A categoria alega falta de condições psicológicas para realização do trabalho e ainda impossibilidade de sustento aos familiares.

O SINPOL-RN informa que ainda não foi notificado da determinação judicial sobre possíveis prisões de policiais. "Pela decisão que nos foi passada extraoficialmente pela delegada-geral, há determinação para sermos presos caso não retornemos ao trabalho. Mesmo assim, os policiais vão se apresentar na Degepol correndo o risco de prisão", explica Nilton Arruda, presidente do SINPOL-RN.

Ele também afirma: "Nós ressaltamos mais uma vez que os policiais não estão em estado de greve, estão em estado de necessidade. Eles estão cobrando o pagamento dos salários atrasados para que possam ter condições de se alimentar e de se deslocar ao trabalho e, então, exercerem suas atividades normalmente".

Por isso, de acordo com ele, os policiais civis decidiram por se apresentarem no prédio da sede da Polícia Civil, nesta quarta-feira. Na ocasião, eles devem realizar novas deliberações sobre o futuro da mobilização em prol dos salários.

"Vale lembrar que, além de estarmos sem salários, também não temos nenhuma previsão de pagamento. O Governo do Estado divulgou um calendário na semana passada, mas não o cumpriu. Havia outra possibilidade de pagamento nesta terça-feira, o que também não se concretizou. Ou seja, é complicado o Estado e a Justiça quererem obrigar os servidores a trabalhar com três pagamentos atrasados, sem dinheiro nem para alimentação e transporte", completa.

Por causa do movimento, apenas as delegacias de plantão e as regionais funcionam no estado.

*DeFato

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