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segunda-feira, 13 de março de 2017

Padre Neto manda carta de Esclarecimento a população de Alexandria sobre os últimos acontecimentos

No dia 28 de fevereiro de 2007, atendendo a um chamado de Dom. Mariano, assumi a paróquia de Nossa Senhora da Conceição. A partir desse dia, assumi perante Deus, Dom. Mariano e o povo alexandrienses uma nova missão em minha vida.

Lembro que na minha primeira fala à frente da Paróquia de Alexandria foi na verdade uma convocação para caminharmos juntos, de mão dadas, rumo à construção do Reino entre nós. Nunca quis ir na frente nem atrás de ninguém. Sempre procurei caminhar no meio de todos. Foi isso que sempre procurei fazer.

No dia 30 de outubro de 2016 mais um ciclo concluía-se em minha trajetória. Este foi o dia que me afastei da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, para resolver algumas questões pessoais e a entreguei ao novo administrador, deste então não havia ainda me pronunciado. E agora acho necessário, fundamental e de extrema importância um esclarecimento em respeito aos quase dez anos que estive a frente da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição e ao povo alexandriense.

Durante esse período, muitas foram às provações, dificuldades e perdas em minha vida, mas tudo isso não foram suficiente para atrapalhar ou desmotivar as minhas intenções administrativas e espirituais. Ainda nos primeiros anos de minha administração, recebi um comunicado da Diocese de Mossoró, no qual a paróquia deveria demitir quatro funcionários que a época desenvolviam algumas funções como: Vigilância, Limpeza, Serviços Gerais e Domestica. Funcionários com até 16 anos de trabalho.

E atendendo a essa determinação, o fiz. A somatória financeira de todos chegava a uma quantia exorbitante, e pedi aos advogados da diocese para que eu fizesse da minha maneira. Procurei os quatro e juntos analisamos todas as situações, mantivemos um dialogo franco e por fim chegamos a um acordo positivo para ambas as partes. Sendo pago os direitos de todos.

Diante de toda essa situação e algumas outras que se encontrava a paróquia, nunca, em momento algum me aproveitei das circunstancias para difamar, prejudicar ou caluniar Padre João, ao contrário, estreitamos os laços e sempre que possível atendendo aos meus convites o mesmo estava aqui, entre nós.

Sempre coloquei a Paróquia à disposição dele. Resolvi a questão, a paróquia pagou a todos, sem a necessidade de empréstimos ou afins. Tudo foi uma questão de DIALOGO E ADMINISTRAÇÃO.

Talvez, nem todos tenham conhecimento dessa questão, pelo tratamento que eu o dei, minha preocupação era resolver e não midiatizar. Volto a dizer em nenhum momento culpei padre João, os mesmos eram funcionários da paroquia e não dele.

Mesmo com alguns apertos e ajustes que foram necessários, a Paróquia venceu sem que tenha havido retrocesso, ao contrario, junto a toda comunidade alexandriense, conseguimos fazer um trabalho revolucionário em nossa comunidade. Varias foram às aquisições estruturais e expansão da parte espiritual, pastoral, social e evangelizadora em nossa paróquia.

Confesso que algumas situações nesses últimos quatro meses, me deixaram triste, me proporcionando fazer uma reflexão do que é ser de fato igreja. É como se os quase dez anos que me dediquei, e que juntos trabalhamos em nossa paróquia foram esquecidos ou apenas de erros. Tenho a humildade de falar em erros, pois como ser humano que sou, sei que sou passível a errar, e aqui aproveito para pedir perdão por algum erro que eu tenha cometido durante esse período.

Porém para que fique bem claro a todos, que através das redes sociais me criticam sem conhecimento de causa, que no momento das demissões sugeri ao administrador paroquial atual para que chamassem os demitidos para fazer um acordo, tendo os próprios demitidos, sugerido a resolução do caso por meio de um acordo sem que necessitasse o víeis da justiça, para que a paróquia não fosse prejudicada com o processo.

DIGO, AFIRMO e PROVO o que estou falando, tenho áudios do momento das demissões que comprovam o que estou afirmando. E ainda não postei junto com essa nota, pois consultarei a justiça se o posso fazer. Mas estão disponíveis para quem desejar. Não sei por qual motivo preferiram o caminho mais difícil para resolver tal questão, pois os próprios demitidos preferiam um acordo dessa forma. Portanto, não me atribuam a culpa de algo que não tenho.

Quando em Alexandria cheguei, me situei de como caminhava a nossa igreja, fiz algumas adaptações que julguei necessárias, acrescentei mais uma missa aos domingos na Igreja Matriz, passando a celebrar as 7:00 e as 19:00, as comunidades de João Dias e Pilões que antes só tinham celebração da Santa Missa uma vez por mês, passaram a ter todos os domingos, fixei um calendário de missas em todas as capelas da zona urbana de Alexandria, sempre estive disponível para celebrar em todas as comunidades fossem elas na zona rural ou urbana de Alexandria, João Dias e Pilões, nas grutas, casas, instituições, enfim sempre atendendo a todos que me procuravam, chegando a celebrar até cinco missas em um mesmo dia para atender a demanda.

Nunca me neguei em celebrar. Podia ser na matriz, capelas das comunidades, casas, ruas, ou até mesmo no pé da serra. E quando as pessoas me perguntavam “Padre, quanto o senhor cobra?” eu sempre respondia que NADA! Pois celebração da Santa Eucaristia não tem preço! Digo isso e desafio alguém que tenha me procurado e a resposta não tenha sido essa.

Farei um breve relato de algumas das nossas formas de evangelização que desenvolvemos em nossa paroquia, a época que estive em sua direção e toda Alexandria é testemunha:

Dei liberdade a todas as pastorais, sem que fosse necessário a minha interferência ou restrição para o bom caminhar de todas, saímos das quatro paredes dos templos e fomos de encontro às pessoas, nas nossas visitas missionárias, visitas aos doentes, às grandiosas celebrações como a realização do Alexandria para cristo tendo em suas edições a participação de milhares de fieis, os grandes encontros das comunidades que vivenciamos em todos os setores da nossa paróquia, a celebração dos 75 anos de fundação da Paróquia de Alexandria que se não foi a maior festa já realizada na cidade, foi uma das maiores, tendo o publico estimado pela policia militar em mais de dez mil participantes, sem contar as festas da Padroeira que a cada ano uma superava a outra em espiritualidade, participação e doação, as procissões eram uma das maiores da região, enfim as pessoas aguardavam ansiosamente o ano todo para vivenciarem esse momento forte em nossa comunidade. Crismamos turmas que passavam de cem pessoas. Quem não se sentia no céu, ao ouvir o coral que junto a Antônio idealizamos? Com a participação e disponibilidade dos que se dispusera a compor, concretizamos mais esse sonho.

As pessoas que me procuravam na casa paroquial em seus piores momentos, alguns necessitando de ajuda para tratamentos de saúde, outros para que pudessem ter algo para comer, outros para comprar medicamento, sempre ajudamos, porque igreja também é isso, é partilha, é caridade, é misericórdia. E nunca, repito nunca expus esses atos para ganhar fama. Quem já procurou ajuda na casa paroquial ou na secretaria paroquial sabe do que estou dizendo, e são testemunhas vivas.

Em todas as minhas falas nas reuniões, nas celebrações, nos diálogos que mantínhamos enquanto igreja, sempre externei que a minha estadia em Alexandria seria passageira e que as pastorais e a comunidade católica da nossa paróquia deveria estar preparada para uma nova realidade. Pensando assim, sempre me preocupei em preparar as coisas e as pessoas para o bom caminhar da nossa igreja, e atendendo a um pedido meu, Ricardo se disponibilizou a ensinar um grupo de jovens a tocar teclado, para posteriormente com a nossa saída, os mesmos pudessem assumir a função de evangelizar através da musica, tendo o atual tecladista sido fruto desse trabalho.

A minha preocupação sempre foi deixar uma paróquia, estruturada, organizada, e que pudessem continuar caminhando quando em Alexandria eu não estivesse mais. Pensando assim, junto a toda comunidade católica conseguimos estruturar a nossa paróquia, para que pudéssemos caminhar independentemente.

Conseguimos adquirir um palco, um som externo para realização de eventos da nossa paróquia, orçado em mais de cem mil reais, trocamos toda rede elétrica da matriz e da casa paroquial, investimos em um novo sistema de som interno para celebração das missas em nossa matriz, reformamos o altar da mesma, colocamos mais ventiladores, sem contar com as constantes manutenções que mantínhamos para que a nossa matriz sempre estivesse bonita, a compra de duas barracas para dar suporte em nossos eventos, um andaime com mais de 40 peças para manutenção da paróquia, a compra de um carro S-10 com carroceria, para que não precisássemos estar incomodando as pessoas quando necessitávamos transportar grandes objetos.

A Paroquia dispõe ainda de um som portátil para as nas comunidades, vários equipamentos de iluminação, um gerador, dois teclados, um sistema de câmeras que dá suporte nas transmissões ao vivo e ao mesmo tempo da toda segurança a nossa matriz, um investimento de mais de dez mil reais, a concretização do sonho de se ter uma replica da imagem de Nossa Senhora da Conceição, sem contar com uma secretaria paroquial modelo quer por ultimo conseguimos construir, fruto de muito trabalho, junto à boa vontade de muitos que sempre colaboram com a paróquia da imaculada.

Faço esse relato, não para me promover, mas para mostrar o que julgo ter sido esquecido por alguns. Volto a dizer, a minha intenção sempre foi preparar a nossa paróquia para que pudesse caminhar de forma independente, assim como, consegui fazer em Umarizal, que mesmo depois de dez anos da minha saída continua com toda estrutura necessária que na época conseguimos.

Aos que hoje me julgam, chegando até a me condenar, afirmo que se alguma vez errei, foi tentando acertar. Tenho a convicção que para alguns toda a minha dedicação foi em vão, mas sei da importância do trabalho que desenvolvi, e que a minha marca ficou. Que tenho por Alexandria, e pelos alexandrienses uma enorme admiração, carinho e respeito. Tenho a terra da barriguda em meu coração, nas minhas lembranças e nas minhas orações. Peço à imaculada que interceda ao seu filho, que abençoe essa Paróquia e a todos que nela moram. Peço a todos que rezem por mim!

Um Forte e afetuoso abraço a todos.
Pe. Antônio Araújo de Oliveira Neto

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