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segunda-feira, 6 de julho de 2015

PAPA FRANCISCO SINALIZA PARA O FIM DO CELIBATO OBRIGATÓRIO

Uma das questões mais delicadas nas tradições católicas é a exigência do celibato (é o estado do homem ou da mulher que vivem, espontaneamente, sem se casar) dos sacerdotes, que precisam abdicar da possibilidade de construir uma família para seguir o ministério.

O papado de Francisco, tem se mostrado o mais popular de todos os tempos. Longe das gestões conservadoras, tradicionais na Igreja Católica, o Papa é a favor da separação de casais, do uso de preservtivos, da tolerância à homossexualidade, do controle de natalidade, da liberdade religiosa e agora, sinaliza para o fim do celibato obrigatório.

O Santíssimo Padre admite que a exigência do celibato não é um dogma de fé, mas apenas uma tradição da igreja. Em diversas oportunidades o papa afirmou que nutre um apreço pelo celibato, porém assume que o seu fim deve ser debatido no seio da igreja e que o tema está presente em sua agenda de discussões e ele tem dedicdo parte de seu tempo analisando o tema.

“A Igreja Católica tem padres casados, católicos ​​gregos, católicos coptas e no rito oriental. Não é um debate sobre um dogma, mas sobre uma regra de vida que eu aprecio muito e que é um dom para a Igreja. Por não ser um dogma da fé, a porta sempre está aberta [à discussão]”, afirmou o papa. 

Para o professor Fernando Altemeyer, teólogo, doutor em ciências sociais e docente da PUC-SP e Faculdades Claretianas, as constantes manifestações do Papa referindo-se a importância das mulheres na igreja primitiva e como elas fizeram parte da vida dos sacerdotes, seja um indicativo definitivo da vontade do líder católico em encerrar a obrigatoriedade do celibato sacerdotal.

Segundo Altemeyer, por se tratar de um tema extremamente polêmico e mexer em interesses da igreja, o papa não vai tomar essa decisão de forma isolada. "Vai depender da conjuntura dos bispos de todo o mundo. Dependerá de como eles vão analisar essa questão", afirma o professor. "De todo forma, o papa remonta ao Concílio de Nicéia e mostra que os padres deixaram de se casar a partir do século 11 e que tinha ligações exclusivamente econômicas", destacou Fernando.

"A Igreja primitiva não desobrigava o casamento de seus líderes. Somente no século 11, por falta de condições financeiras, a igreja não podia pagar os serviços de uma esposa e possíveis filhos, foi que começou a obrigatoriedade do celibato. Hoje a realidade é outra e precisa ser revisto", finalizou o Santo Padre. 

Segundo a tradição católica, a punição aos padres que se casam é o impedimento de continuar exercendo suas funções sacerdotais e conduzir celebrações religiosas. No entanto, essa punição só é aplicada aos padres ocidentais. Aos padres orientais, a igreja permite que o sacerdote continue em sua função caso se case.

*Barriguda News/Mossoró Hoje

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