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segunda-feira, 20 de outubro de 2014

GARIBALDI FILHO adverte aliados: “Não vamos morrer de véspera, que nem peru”

Alex Viana
Jornal de Hoje

O ministro da Previdência, Garibaldi Filho (PMDB), se pronunciou sobre a pesquisa Ibope, que apontou “virada” de Robinson Faria (PSD) sobre Henrique Alves (PMDB) na disputa pelo governo do Estado neste segundo turno. Ele se disse “surpreso” com a pesquisa, mas conclamou a militância a “não morrer de véspera, que nem peru”, vez que a eleição ainda não estaria decidida. “O eleitor nosso não pode arriar a bandeira. O que posso dizer é que a eleição não está decidida. Só se decide depois do último voto depositado na urna”, afirmou o ex-governador, em entrevista ao jornal O Mossoroense, neste fim de semana.


“Não vamos nos deixar levar por esse sentimento. Nós vamos ganhar essa eleição se Deus quiser. Não vamos morrer de véspera, que nem peru”, disse o ministro, ao mencionar que não houve uma mudança substancial na campanha que justificasse a ultrapassagem de Robinson na preferência do eleitorado. “É como se o candidato adversário tivesse levado grande parte dos números de Robério Paulino e grande parte dos votos brancos e nulos”, admite.

Afirmando que, às vezes, institutos de reconhecida credibilidade, como o Ibope, erram, Garibaldi apelou para que o eleitor de Henrique não se abata. “Creio que as pesquisas às vezes cometem erros. Não estou afirmando categoricamente que a pesquisa está errada. Para dizer isso eu tenho que ter dados e eu não tenho condições de provar. Quero apenas advertir, no bom sentido. Primeiro, ao eleitor de Henrique Alves para que ele não leve a termo essa pesquisa. A eleição não vai ser decidida por uma pesquisa, não se abata”, declarou o ministro.

A pesquisa Ibope no segundo turno, divulgada na quarta-feira da semana passada, deu 54% das intenções de voto para Robinson, e 46% para Henrique. Diante das próprias reflexões, Garibaldi apelou para que o eleitor de Henrique não “arrie a bandeira”, mas faça como o próprio ministro, que, neste fim de semana, esteve em Mossoró fazendo campanha para o candidato dele.

“O eleitor de Henrique tem que ir à rua, como estou fazendo em Mossoró, rodando em busca do eleitor. O eleitor nosso não pode arriar a bandeira. Ele deve seguir dizendo ao indeciso que ele não pode se deixar levar por um sentimento de protesto. O que posso dizer é que a eleição não está decidida. Só se decide depois do último voto depositado na urna”, afirmou o ministro, ainda na entrevista à imprensa mossoroense.

JUSTIFICATIVA
Ao ser provocado a explicar a derrota de Henrique em municípios onde o peemedebista havia costurado apoios históricos tanto com governistas quanto com oposicionistas, caso de Assú e Pau dos Ferros, Garibaldi afirmou que a população, nesses locais, não assimilou bem a proposta de união de forças defendida pelo candidato. Para o ministro, ali, em vez de somar, houve subtração de votos.
“Eu acho que houve uma municipalização da eleição nesses municípios e, em face disso, as pessoas não assimilaram aquele entendimento proposto em termos altos pelo deputado Henrique Alves, de juntar esforços para evitar uma radicalização e pudessem somar votos para o projeto político de Henrique, que é o melhor. As pessoas entenderam que deveria prevalecer a radicalização. Não deixaram se convencer pelo discurso do deputado Henrique, fazendo com que houvesse certa confusão que fez com ele perdesse a eleição nessas cidades. A aritmética, em vez de somar, diminuiu”, constatou.

Ministro desiste de entregar cargo e de romper com o PT
Ainda em sua entrevista, Garibaldi voltou a criticar o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva por participar da campanha no rádio e na TV de Robinson Faria. Mesmo se aliando a José Agripino (DEM), principal adversário do PT no plano nacional, o ministro esperava que Lula ficasse neutro na campanha. Na semana passada, Garibaldi chegou a admitir, publicamente, que poderia entregar o cargo no Ministério da Previdência e romper com o PT. No entanto, na entrevista ao Mossoroense, o ex-governador disse que a posição seria uma atitude isolada que não teria repercussão.

“Houve uma preocupação grande. O ex-presidente Lula nos atropelou como aliados. Ignorou a nossa participação na campanha porque votamos em Dilma e fez a propaganda do adversário e isso gerou uma cobrança dos nossos correligionários. Não apenas dos peemedebistas, mas, dos outros partidos, porque a nossa coligação é muito ampla. Mas, é preciso ter cautela antes de uma atitude revanchista a ser tomada isoladamente que Henrique pudesse tomar em detrimento da candidatura de Michel Temer à Vice-Presidência. Isso levou a nós termos uma maior cautela a respeito dessa reação”, afirmou Garibaldi.

Instado a falar se o rompimento com o PT estava na ordem do dia, Garibaldi negou afirmando que o vice-presidente da República e companheiro de chapa de Dilma Rousseff, candidata do PT à reeleição, Michel Temer, conduziria os acertos políticos com a cúpula nacional do PT. “Não, no momento não; não passa. Não quero tomar uma atitude isolada que não teria nem essa repercussão toda. Isso deve ser examinado no plano nacional. É preciso aguardar que Michel Temer é candidato a vice-presidente”, disse o ministro.

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