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segunda-feira, 17 de março de 2014

RIO DE JANEIRO: PMs que estavam em viatura que arrastou mulher são presos

RIO - A Polícia Militar do Rio determinou a imediata prisão administrativa de três PMs do 9º Batalhão (Rocha Miranda) que estavam na viatura que arrastou a auxiliar de serviços gerais Claudia Silva Ferreira, de 38 anos, por diversas ruas da zona norte do Rio de Janeiro, na manhã deste domingo, 16. Dois subtenentes e um soldado estão presos. A corporação não divulgou os nomes dos policiais. Também foi instaurado um inquérito policial militar (IPM) para investigar o caso.

Moradora do Morro da Congonha, em Madureira, zona norte, a mulher havia sido baleada momentos antes, durante uma troca de tiros entre PMs e traficantes na favela. Os PMs, então, colocaram Claudia no porta-malas de uma Blazer da corporação para levá-la ao Hospital Estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes, zona norte. No meio do caminho, a porta do compartimento abriu. Desacordada, Claudia caiu de dentro do porta-malas, mas ficou presa ao parachoque da viatura por um pedaço de roupa. Ela foi arrastada por cerca de 250 metros, batendo contra o asfalto. A mulher ficou ainda mais ferida, com o corpo em carne viva.

A cena foi filmada por um cinegrafista amador, na altura da Estrada Intendente Magalhães, por volta das 9h. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, Claudia chegou morta ao hospital. A mulher foi baleada no pescoço e nas costas.

Em nota, a Polícia Militar informou que "este tipo de conduta não condiz com um dos principais valores da corporação, que é a preservação da vida e dignidade humana".

A Polícia Civil também investiga o caso. Além de Claudia, um suspeito de envolvimento com o tráfico também foi baleado na operação. Policiais da 29ª Delegacia de Polícia (Madureira) estiveram na favela e realizaram uma perícia. Dois fuzis utilizados pelos PMs durante a incursão no Morro da Congonha foram apreendidos.

Claudia era casada e tinha quatro filhos. Revoltados com a morte dela, moradores do Morro da Congonha atearam fogo em dois ônibus e apedrejaram uma viatura da PM, na noite de domingo, na Avenida Ministro Edgard Romero, a principal de Madureira. A via já havia sido interditada de manhã pelos moradores.

Outro caso. Em 7 de fevereiro de 2007, o menino João Hélio Fernandes Vieites, de 6 anos, morreu após ter sido arrastado por sete quilômetros, preso ao cinto de segurança do lado de foram do carro da mãe, depois que a família sofreu um assalto num sinal de trânsito no bairro de Oswaldo Cruz, na zona norte do Rio.

Barriguda News/O Estadão/Extra

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