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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

VINICIUS ROMÃO sobre o tempo que passou na cadeia: 'Me senti desmoralizado'

Vinicius Romão foi entrevistado na manhã desta quinta-feira (27) por Fátima Bernardes no programa "Encontro". Na atração, o vendedor contou como foram os 16 dias que passou preso: "Todos que entram na penitenciária raspam o cabelo. E eu me senti desmoralizado", disse. E explicou: "Sempre gostei de ter o meu cabelo grande, de seguir minhas origens. Gosto do meu cabelo black power, manter meu estilo próprio".

No programa, Vinicius, que é formado em psicologia e fez uma participação na novela "Lado a Lado", explicou que dividiu a cela com outros 15 presos pelo fato de a liberação para ir para uma cela especial só ter chegado na última segunda-feira, um dia antes do juiz conceder sua liberdade provisória.

Em um momento de bastante emoção, Vinicius conversou por telefone, ao vivo, com a copeira Dalva Moreira da Costa, que teve sua bolsa roubada no dia 10 de fevereiro e reconheceu o vendedor como o suposto ladrão. "Eu quero pedir perdão a ele. E eu estou aqui para ajudar e reconhecer meu erro. Fiquei muito abalada", disse Dalva, entre lágrimas.

A copeira explicou que assim que foi assaltada voltou com policiais até o local do roubo e que logo avistou Vinicius, descendo de uma passarela. "No momento em que aconteceu eu fiquei nervosa, o local é escuro. Eu tenho problema de vista, eu estava sem os óculos porque o ladrão tinha levado a minha bolsa com tudo. E infelizmente ele parecia com o suposto ladrão. Aí o policial falou: 'É ele?'. Eu falei: 'É parecido'. O ladrão tinha cabelo black, tinha cor escura... Quando cheguei na delegacia e falaram que ele não tinha nenhuma passagem pela polícia e pensei: "Meu Deus, será que aconteceu alguma confusão?", contou.

Após o pedido de perdão, Vinicius Romão também falou com Dalva: "Eu não guardo rancor da senhora. Espero que Deus ilumine a sua vida. Espero que a senhora siga o seu caminho, que eu quero seguir o meu também. De todas as coisas ruins eu tiro uma lição boa. E a lição que eu tirei é que a união faz a força, que eu tenho que me unir mais a meu pai, vi os amigos maravilhosos que eu tenho e agora é só paz", encerrou.

*PurePeople
Foto Reprodução

Ministra da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), Maria do Rosário: "Erra a polícia, o MP-RJ, as instituições e o Estado, o que me inclui, que apontaram o dedo acusando um negro, que não teve condições de ser ouvido e demonstrar que não era ele. Isso demonstra, provavelmente, uma situação também de racismo institucional, que nós não podemos aceitar no Brasil", disse.

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