Sandoval de Medeiros, 81 anos, aposentado, é um dos moradores de Ipueira, a 305 quilômetros de Natal
A Tribuna do Norte de hoje traz uma matéria sobre o colapso no abastecimento de água no município de Ipueira/RN, onde a Prefeitura criou o CARTÃO VALE ÁGUA. Repercutimos a matéria para que todos tomemos consciência da gravidade do problema e possamos nos precaver (usando nossa água racionalmente) já que o nosso principal reservatório Açude Bananeira a cada dia tem menos água.
A rotina no município de Ipueira mudou há pouco mais de um mês quando o
único manancial responsável pelo abastecimento da cidade – o açude
Martelo, localizado no município de São Mamede/PB – secou. A Caern
desligou a bomba de sucção no local e o fornecimento de água foi
suspenso. Concomitantemente, a prefeitura instalou nove cisternas em
algumas ruas. A partir daí, baldes e carros de mãos viraram itens
obrigatórios para os 2.190 habitantes do município seridoense. Para
controlar a distribuição da água, o Executivo municipal criou o “Cartão
Vale Água”.
O documento foi criado para limitar em 40 litros por dia a quantidade de
água potável destinada a cada residência. A distribuição acontece de
segunda a sábado, em dois horários: de 6h às 9h e de 16h às 18h, em duas
cisternas equipadas com dessalinizadores. Os demais equipamentos
fornecem água imprópria para o consumo humano durante todo o dia. As
cisternas são abastecidas com água de seis poços.
O titular da secretaria Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos
de Ipueira, Erivan da Nóbrega, informa que, sem o “vale água”, havia
descontrole e desperdício d’água na cidade. “Quando a Caern deixou de
abastecer, houve desespero. As pessoas ficaram apavoradas achando que
ião morrer de sede. Instalamos as cisternas e a disputa pela água era
grande. Tivemos que limitar para não haver desperdício”, pontua.
O aposentado Sandoval de Medeiros, 81 anos, é o responsável por recolher
a água na cisterna que fica a cerca de duzentos metros de sua casa.
Mesmo com a idade avançada, o ex-agricultor diz que não se cansa com a
lida diária. “Eu levo os baldes nessa carroça. Não fica muito pesado.
Levo o cartão e lá eles assinam que eu peguei a água”, explica.
Na
última quarta-feira, a movimentação em uma das cisternas em Ipueira era
intensa. Mesmo com o sol escaldante que fazia às 10h, a dona de casa
Ieda de Medeiros, 30 anos, carregava 80 litros de água salobra para
casa. “Essa é a terceira viagem que faço. Estou lavando roupa e preciso
de água. E essa aqui é muito ruim. O sabão não pega, não faz espuma”,
frisa.
O contingenciamento de água em Ipueira pode ser reforçado.
Erivan da Nóbrega informa que a prefeitura pensa em diminuir a
quantidade de água potável fornecida aos 684 inscritos no programa
emergencial. “Podemos diminuir a quantidade de água potável ou até mesmo
a água salobra. Não sabemos até quando teremos água nos poços. Temos
que pensar nisso”, ressalta.
Distribuição controladaO aposentado Sandoval de Medeiros,
81 anos, é um dos moradores da pequena cidade de Ipueira, a 305
quilômetros da capital do Estado. Há mais de um mês, a rotina de
Sandoval, antes tranquila, foi alterada devido ao colapso no
abastecimento de água na cidade. Sem o líquido precioso nas torneiras,
foi necessário realizar um cadastro na prefeitura para receber o “Cartão
Vale Água”. Com o documento, Sandoval pode pegar 40 litros de água
potável em uma das duas cisternas equipadas com dessalinizadores no
município. A esposa de Sandoval, a aposentada Dalvacir Medeiros, 77
anos, também ajuda. “Nunca vi uma seca dessa. Moro aqui desde que nasci e
nunca tinha visto uma coisa tão triste”, diz Sandoval.
ColapsoIpueira é uma das nove cidades potiguares que
estão em colapso no abastecimento. Além dela, os moradores de São José
do Seridó, Carnaúba dos Dantas, Água Nova, João Dias, Pilões, Riacho de
Santana, São Francisco do Oeste e Equador vivem o drama causado pela
seca. Segundo a Caern, mais onze municípios correm o risco de enfrentar a
mesma situação nos próximos três meses.
Os reservatórios secam a
cada dia. Açudes importantes estão com o volume abaixo dos 20%. O
Itans, em Caicó, está com 17,45% de sua capacidade. O Gargalheiras, em
Acari, registra o volume de 20,34%. O maior reservatório potiguar, a
barragem Armando Ribeiro Gonçalves, em Assu, conta com 41,87% de sua
capacidade.
O que preocupa ainda mais é que as perspectivas não
são boas. Segundo a Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn), o
acúmulo de chuvas, até novembro, não vai ultrapassar os 30 milímetros.
Foto: Júnior Santos
Redação: TN ON Line
Boa reportagem amigo , lendo essa matéria lembrei dos vários dias em que vou para Alexandria trabalhar( sou de Catolé do Rocha-Pb ) e o que vejo aí nessa cidade ,as pessoas desperdiçando água para lavar as calçadas , falta um pouco de consciência para com essas pessoas , vamos lá meu povo abrir a mente para a realidade , vamos deixar a ignorância de lado e pensar mais no próximo. Bom dia a todos .
ResponderExcluirÉ isso mesmo Jucivan, precisamos nos conscientizar do problema da estiagem e economizarmos água.
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