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domingo, 30 de junho de 2013

PROTESTOS, CONQUISTAS, PREJUÍZOS E DÚVIDAS

A onda de protestos disseminada no país se mostrou decisiva para a redução de tarifas de transporte e para apressar votações no Congresso Nacional, mas, a contragosto da maioria, acabou criando também um ambiente propício a confrontos e atos de vandalismo. O comércio calcula o prejuízo. O presidente do Instituto de Desenvolvimento do Varejo e presidente da Riachuelo, Flávio Rocha, estima que as empresas do setor tiveram uma perda de ao menos 15% nas vendas por terem permanecido mais tempo fechadas, em decorrência das manifestações. Há também casos de lojas saqueadas e depredadas por grupos menores.


No turismo, há quem estime que a repercussão dos atos na mídia internacional deverá afetar o fluxo de visitantes que o Brasil esperava receber em 2014, para a Copa do Mundo. As manifestações foram destacadas em publicações de diversos países, em meio à Copa das Confederações, que ainda está em curso e é considerada um teste para o próximo ano. Nos bastidores, há rumores de que a Fifa encostou o Brasil contra a parede, cobrou mais segurança e poder de organização. As manifestações, porém, não cessaram e casos de  vandalismo, embora praticados por uma minoria, se multiplicaram.
Cobri o protesto realizado no último dia 20, em Natal, quando mais de 15 mil pessoas marcharam do shopping Via Direta ao Midway Mall. A multidão empunhava cartazes pedindo melhorias nos serviços de transporte e em áreas como educação e saúde. Pacífica durante boa parte do percurso, a manifestação foi encerrada como uma guerra. Um grupo menor entrou no Centro Administrativo, queimou objetos, quebrou vidraças, incendiou uma guarita da guarda patrimonial, atirou bombas e pedras contra a polícia. Houve confronto, provocado por um grupo pequeno se comparado ao que saiu às ruas para tentar melhorar o estado e o país.

Hoje, mais um protesto será realizado. De olho no que já viram, dentro e fora de Natal, diversas lojas, shoppings e hotéis amanheceram tentando se proteger com tapumes. As entidades ligadas ao Comércio, Serviços e Turismo do Rio Grande do Norte orientaram os filiados baseados em Natal a fecharem as portas a partir das 14h. “A medida, extrema e com óbvios prejuízos para as empresas, se dá como forma de preservar os próprios empresários, colaboradores e clientes, de eventuais transtornos”, diz nota, assinada por Fecomercio/RN, FCDL/RN, Facern e CDL Natal.
O comércio está em pânico e o país ainda tenta entender de onde veio essa onda, suas motivações e até onde está disposta a ir. Houve conquistas. Isso é inegável. Mas a violência já pode parar por aí.

Tribuna do Norte 28/06

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