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quarta-feira, 22 de maio de 2013

CANCELAMENTO DO SEMINÁRIO


VENHO ATRAVÉS DESTE INFORMAR QUE INFELIZMENTE NÃO ACONTECERÁ MAIS O II SEMINÁRIO DE DIREITOS HUMANOS DO ALTO OESTE. O EVENTO QUE ESTAVA PREVISTO PARA ACONTECER NOS DIAS 25 E 26 DE MAIO FOI CANCELADO PORQUE O SENHOR FREI JOSÉ FERNANDES; PALESTRANTE E TAMBÉM RESPONSÁVEL PELO EVENTO SE ENCONTRA COM PROBLEMAS SÉRIOS DE SAÚDE. COMUNICAMOS QUE CONTINUAREMOS NA LUTA E NA ARTICULAÇÃO PARA POSTERIORMENTE REALIZARMOS ESTE SEMINÁRIO. SEGUE ABAIXO A CARTA ENVIADA PELO FREI ZÉ FERNANDES, JUSTIFICANDO SUA AUSÊNCIA. 
ATENCIOSAMNETE,
EDNA GOMES
Queridas irmãs e queridos irmãos 
articuladas/os para participarem do
Seminário sobre Direitos Humanos em Alexandria
Deus fez e continua fazendo maravilhas entre nós e por nós! Essa é uma verdade de nossa fé, da qual somos testemunhas por tudo o que vem acontecendo na fase preparatória do Seminário sobre Direitos Humanos, previsto – inicialmente – para o próximo final de semana, em Alexandria, RN. Baseio essa minha afirmação pelo tão lúcido e fraterno diálogo que acabo de ter, por telefone, com Vandirene, com quem tenho tido a alegria de interagir ultimamente, com certa frequência, em vista dos preparativos a essa iniciativa de cidadania e de fé. Ela expressou, carinhosamente sobre o interesse, as expectativas e a animação das pessoas que iam confirmando a participação. Minha chama manteve-se acessa!
Dirijo esta mensagem aos irmãos e irmãs da Região Alto Oeste do Rio Grande do Norte, que compreende os Municípios de: Alexandria, Tenente Ananias, Marcelino Vieira, Pilões, João Dias, Paraná, Jardim de Piranhas e Lastro, já no Estado da Paraíba. A vocês eu repito o que aprendi com Betinho: “só a participação cidadã é capaz de mudar o País”; por isso, parabéns pelo interesse demonstrado em estudar e aprofundar sobre a temática dos Direitos Humanos e, sobretudo com a perspectiva que estávamos construindo juntos, que é a de nos organizar, aos poucos, para a criação e o enraizamento de um Centro de Direitos Humanos na, com e para a região de vocês. 
No entanto, suponho que – ao receberem esta mensagem – vocês já estejam sabendo da impossibilidade de a COMISSÃO DOMINICANA DE JUSTIÇA E PAZ DO BRASIL manter o compromisso assumido, desde o final do último ano, devido à falta de disponibilidade de outra pessoa para assessorar o Seminário, visto que – “de última hora” – fiquei impossibilitado de viajar até aí, por razões de cuidados com a minha saúde: luto há alguns anos, com uma deficiência cardíaca bastante séria. Esta semana, após exames de rotina periódica, fomos surpreendidos com certo agravamento das condições de minha saúde, o que está nos obrigando a tomar uma série de medidas, inclusive modificar radicalmente a agenda dos próximos meses e prosseguir com outros exames, com possibilidades de alguma intervenção mais profunda. Perdoem-me. 
Continuem firmes, sonhando e ousando iniciativas na perspectiva de que “outro mundo é possível”, outra sociedade é possível, outro Estado é possível e, para isso acredito muito no tripé, que poderia ser os três pilares para a semente de um Centro de Direitos Humanos de vocês: formação, organização da sociedade e denúncias. Lembrem-se que a vida nos ensina e, nesse sentido tenho aprendido com o nonagentário bispo dominicano, Dom Tomás Balduino que “Direitos Humanos não se pede de joelhos, exige-se de pé”. Perseverantes também devem ser vocês, o pequeno grupo que tem se encontrado quinzenalmente para estudar temas trazidos pela nossa Agenda Latino Americana. Alimentei uma grande esperança em encontrar vocês na noite da próxima 6ª feira, conforme havíamos previsto.
Particularmente para vocês do Rio Grande do Norte, penso ser significativa a Mensagem dos Bispos da Igreja Católica, em sua recente Assembleia Geral, intitulada: “Sede de água e de justiça”. Que o Divino Espírito Santo ilumine e encoraje vocês para que o entusiasmo e o esforço demonstrados para participarem desse Seminário continuem e que sejam focados para construção de alternativas locais – por menores que sejam – como respostas às prioritárias necessidades da região. 
Cuidem das sementes de um Centro de Direitos Humanos. Exerçam a cidadania ativa também nos Conselhos Municipais. Cuidem para que as Políticas Públicas não sejam apenas maquiagens.
Irmã Cleidinha, natural dessa região e vice-coordenadora dessa nossa entidade, em um recente artigo afirmava: “o que se sente, bem claro, é que até hoje as políticas implantadas não resolveram e nem resolvem o problema da seca no nordeste, que na verdade é um problema mais político do que ambiental, o que faz falta são políticas que realmente resolvam o problema como um todo, por exemplo: construção de reservatório de grande capacidade de armazenamento de água e perfuração de poços principalmente nas pequenas propriedades”. Conclui ela citando o também nordestino, poeta Zé Vicente: “o problema do nordeste mais que a seca meu irmão, o problema do nordeste é a cerca do patrão”. 
Na certeza de que, agindo assim, estamos inclusive contribuindo com o que pedem os bispos da Igreja Católica nas “Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2011 a 2015”, em seu nº 112: “A Igreja, como mãe, deve ser a primeira a se interessar pela defesa dos Direitos Humanos”.
Mais uma vez, desculpem-nos por não podermos realizar as atividades, conforme previstas para o próximo final de semana; sejamos perseverantes na construção do Reino de Deus, que é de Justiça e Paz; renovemos os propósitos de, assim que nos for possível, retomarmos essa programação. 
Juntamente com o meu fraterno e saudoso abraço a você Vandirene, a cada uma e cada um de vocês que acreditam e se empenham na luta da promoção e defesa dos Direitos Humanos e, em especial às Missionárias Dominicanas de Alexandria, envio uma mensagem da poetisa do cerrado brasileiro, Cora Coralina: “se não podemos acrescentar dias em nossas vidas, acrescentemos vida em nossos dias”.

Frei José Fernandes Alves, OP.
- Assessor da Comissão Dominicana de Justiça e Paz do Brasil -

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