PM suspeito de matar advogada no RN tem 'boa conduta', diz Comando

O soldado Gleyson Alex de Araújo Galvão, de 35 anos, suspeito de matar a advogada Vanessa Ricarda de Medeiros, de 37 anos, apresentou boa conduta durante os seis anos de trabalho na PM, informou o comandante da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, coronel Francisco Araújo."Ele entrou na Polícia Militar em 2006. Desde então, não possui observações em sua ficha", afirmou o comandante.

A advogada foi morta na madrugada desta quinta-feira (14), no quarto de um motel na cidade de Santo Antônio, no Agreste do Rio Grande do Norte.

Ainda segundo o coronel Francisco Araújo, o policial irá responder a um PAD - processo administrativo disciplinar - paralelamente ao processo criminal. "Esse procedimento é interno e acompanha as decisões da justiça", disse. "Ainda não sabemos se será necessária a saída dele da PM, é uma decisão que depende da sentença judicial", completou.

Segundo o delegado que investiga o caso, Everaldo Fonseca, o soldado confessou ter matado a advogada, mas não se recorda dos detalhes. “No depoimento, Gleyson contou que estava com Vanessa no motel quando recebeu uma ligação de uma mulher. Vanessa, com ciúme, perguntou quem era. Então ele disse que se recusou a dizer, o que teria motivado uma discussão entre o casal”, relatou o delegado.

Em contato com o G1, no entanto, o advogado Cezar Cerqueira de Freitas Júnior, defensor do PM, afirma que acompanhou o depoimento ao lado de Gleyson e, em momento algum, ele teria confessado o crime. “Ele disse que eles discutiram e chegaram às vias de fato, caíram no chão, mas não se lembra do que aconteceu depois. E, embora tenha um pedaço de pau na cena do crime, ele não confessou ter usado o objeto”, disse o advogado.

O delegado informou que o policial militar será transferido ainda nesta quinta para o quartel da PM em Nova Cruz, onde permanecerá preso à disposição da Justiça.

'PM a ameaçava há dois meses', diz cunhado de advogada morta no RN

O cunhado da advogada Vanessa Ricarda de Medeiros, de 37 anos - morta na madrugada desta quinta-feira (14) em um motel na cidade de Santo Antônio, na região agreste do Rio Grande do Norte - relatou ao G1 que ela teve um relacionamento tumultuado com o policial militar suspeito de tê-la assassinado. O parente disse ainda que a advogada chegou a desabafar com a irmã, contando que o namorado era violento. Este, segundo o cunhado, foi o motivo que a fez terminar, em dezembro passado, o relacionamento que durou aproximadamente três anos.

"Ela era muito calma, não gostava de chamar muito atenção e era evangélica. Ela disse que ele era muito agressivo e, por isso, resolveu acabar tudo. Ela nos contou que sofria ameaças. Ela estava em Santo Antônio para reincidir um contrato de aluguel, pois desistiu de abrir um escritório de direito previdenciário na cidade", disse Genilson Dantas, casado há 25 anos com a irmã da advogada.

Genilson também contou que Vanessa morava em Parelhas, onde nasceu, e também tinha uma residência em Natal, no bairro de Morro Branco. "Ela mantinha escritórios nas duas cidades. Era muito esforçada e trabalhadora. A conheci quando era bem jovem. É uma grande perda para a nossa família", lamentou o cunhado.

Ainda de acordo com Genilson, a família informou que o enterro da advogada será em Parelhas, a pouco mais de 230 quilômetros de Natal, nesta sexta-feira (15), às 9h.

Barrigudanews Via Portal G1