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quinta-feira, 25 de outubro de 2012

24 DE OUTUBRO NA HISTÓRIA DE ALEXANDRIA

A ELEVAÇÃO DA VILA À CATEGORIA DE CIDADE

               Seis anos após a criação do Município com a denominação de João Pessoa, foi restabelecido o nome Alexandria, concomitantemente com a elevação da Vila à Cidade, por iniciativa do Deputado Estadual João Marcelino de Oliveira, autor de proposição transformada na Lei nº 19, de 24.10.1936, sancionada pelo Governador Rafael Fernandes.
  
               A mudança ocorreu com o objetivo de evitar as constantes confusões postais e comerciais com a capital paraibana, vez que a identidade de nome entre ambas as localidades provocava atrasos e extravios nas correspondências e mercadorias dirigidas à então Vila, as quais eram remetidas, antes, à homônima do vizinho Estado.

               De igual modo, buscou-se restaurar a homenagem prestada à ilustre filha Alexandrina, na época já falecida.

               Tão logo o Município voltou a ser denominado Alexandria, surgiram reações contrárias de parte da classe política paraibana, que entendia a medida como uma desconsideração à figura do líder João Pessoa.

               Para justificar os fatos e contornar a situação, a Mesa Diretora da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Norte enviou telegrama à sua congênere da Paraíba, cujos deputados, em resposta, afirmaram compreender a volta do nome Alexandria.

               O assunto chegou à Câmara dos Deputados, no Rio de Janeiro, durante a sessão de 11.11.1936 e, com o propósito de esclarecer definitivamente o caso, o então Deputado Federal José Augusto Bezerra de Medeiros, ex-governador potiguar, proferiu discurso no Plenário da Casa, no dia seguinte, quando, entre outras palavras, afirmou:

“O que a Assembléia deliberou foi restaurar o nome primitivo, não em desapreço á memória do governador da Parahyba, que foi nosso adversario, - e tanto assim é que o nome de João Pessoa figura em cada uma das cidades do meu Estado nas ruas principais – mas por um motivo de ordem pratica, que por essa maneira se justifica: O visinho Estado da Parahyba tem uma cidade com igual nome, cidade que é a sua propria capital. Isso estava determinando na vida comercial da pequena cidade sertaneja norteriograndense, embaraços muito sérios, desviada constantemente a sua correspondência para o Estado da Parahyba”.

 A CIDADE
                                Apesar da criação do Município, em 1930, a sua sede, antes Alexandria, e a partir de então denominada João Pessoa, continuou a ser vila.
               Seis anos após, em 24.10.1936, o Governador Rafael Fernandes, que aniversariava na data, sancionou a Lei nº 19, elevando à categoria de Cidade, com a denominação de Alexandria, a então Vila de João Pessoa, e atribuindo ao Município de João Pessoa a denominação de Alexandria.
               A aludida Lei resultou do Projeto de nº 14, de autoria do Deputado João Marcelino de Oliveira, discutido e votado nas sessões 15, 16 e 19 de outubro de 1936, quando, ao final, foi aprovado pela maioria – 15 votos a 6 – dos deputados estaduais integrantes da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Norte.
               A instalação da cidade ocorreu no dia 23 de dezembro de 1936, em solenidade ocorrida no então prédio da Prefeitura Municipal, atual residência de João Alves de Oliveira, na Avenida Dr. Gregório de Paiva.    

“A installação da Cidade de Alexandria

                                   (Correspondência postal para A REPÚBLICA)
Consoante havia sido anunciado pela imprensa, fôra hontem, 27, installada a cidade de Alexandria.
O ato da solenidade foi presidido pelo sr Manoel Emigdio de Souza, prefeito local, às 10 horas, no edifício da Municipalidade, que estava replecto do elemento social do maior destaque de todas as classes representativas da cidade e do município.
A’ mesa tomaram parte, vindos para este fim, Jocelyn Vilar Raposo de Mello, Oficial de gabinete do Governador do Estado; José Marcelino Filho, promotor público da Comarca; acadêmico Licurgo Ferreira Nunes e Srs. João Escolástico Bezerra, prefeito de Pau dos Ferros e tte., Celso Pinheiro, delegado especial, tendo-se feito representar os exmos. Srs. Governador do Estado, Secretário Geral, Director do Departamento da Educação, desembargador Silvino Bezerra Netto, deputados João Marcelino de Oliveira e Pedro Mattos, dr. José Fernandes Vieira, juiz de direito da Comarca e grande parte dos prefeitos da zona oeste.
Foi orador official o sr. José Neves, que em uma allocução vibrante e repleta de civismo, demonstrou o quanto ia nalma do povo alexandriense, por afinal, ver coroada de êxito, esta justa aspiração – a elevação à cathegoria de cidade e o retorno ao seu antigo nome Alexandria.
O orador exalçando o acto governamental, disse da ação pugnaz e batalhadora do deputado João Marcelino, na Assembléia do Estado como representante da zona oéste, tendo palavras de gratidão e reconhecimento do povo alexandriense a esse deputado e ao exmo. Governador. Em seguida, foi o orador succedido pelo dr. Marcelino Filho, que disse um bello discurso, tendo por fim, falado o professor João de Deus Bessa, director do grupo ‘João Bernardino’, como representante do sr. Director do Departamento da Educação. Os oradores, ao terminarem suas orações, foram muito ovacionados pela assistência.
A’ noite, houve animadíssimo baile, no salão da Prefeitura, o qual se prolongou até 2 horas da manhã de hoje.

A orchestra esteve sob a regencia do musicista Lourival Vieira, de Pau dos Ferros.
                          
                           Alexandria, 24 – XII – 936”        
 fonte: LIVRO ALEXANDRIA-RETRATOS DE UMA HISTÓRIA
          AUTOR: GEORGE VERAS - 2007

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