Foram pesquisadas as taxas de juros nas operações de cartão de crédito de sete países da região. O terceiro colocado no ranking
é o Chile com 54,24%, seguido pela Argentina (50%), pelo México (33,8%)
e pela Venezuela (33%). Colômbia, por sua vez, apresentou a menor taxa,
com 29,23%. Foram analisados, durante o mês de junho, 13 bancos e
financeiras em sete países da América Latina.
Segundo Renata de Almeida, analista da associação, os indicadores
econômicos dos países investigados não justificam a discrepância entre
as taxas. “As diferenças econômicas não são significativas. Com isso, a
gente vê que realmente as taxas aplicadas são exageradas”, avalia.
Para a ProTeste, os juros dos cartões de crédito deveriam seguir a
trajetória da Selic, taxa básica de juros da economia, que caiu de 11%
para 8,5% ao ano, de janeiro a junho. No mesmo período, em
contrapartida, os juros cobrados pelos bancos cresceram de 237,9% para
323,14%. De acordo com a associação, a justificativa dos bancos
brasileiros para o alto percentual é a inadimplência do consumidor.
A analista, no entanto, avalia que os juros “exorbitantes” são que
agravam a inadimplência. “Nós aconselhamos ao consumidor que nunca pague
o mínimo [da fatura do cartão de crédito] e, caso isso já tenha
acontecido, que ele faça um empréstimo com banco para quitar essa
dívida, porque os juros serão menores que os juros rotativos do cartão
de crédito”, sugere a analista.
Renata Almeida criticou a falta de transparência dos bancos no
fornecimento dos dados sobre as taxas. “Com a briga dos bancos pela
redução dos juros, eles não informam com facilidade a taxa cobrada nos
cartões de crédito. Muitas vezes, você só conhece a taxa real quando
recebe a primeira fatura do cartão”, destacou. Segundo ela, os bancos e
financeiras são obrigados a fornecer previamente esse tipo de
informação.
Barriguda News
Agência Brasil
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