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segunda-feira, 18 de junho de 2012

CRISPINIANO NETO "A relação do PSB do Rio Grande do Norte com o PT é de oportunismo e arrogância. É uma relação da Casa Grande com a Senzala."

GAZETA DO OESTE - O senhor foi um dos principais entusiastas da candidatura do professor Josivan Barbosa a prefeito de Mossoró. A oficialização desta aliança PSB-PT deixa que sentimento no petista Crispiniano Neto?

CRISPINIANO NETO - Eu só queria o melhor para o PT e para Mossoró. Há décadas Mossoró é mal administrada. Há anos, o PT de Mossoró não apruma o passo. A chance de uma candidatura competitiva, com um candidato testado administrativamente, seria uma oportunidade dupla para Mossoró e para o PT. O que vimos foi a desmoralização da democracia interna do PT e o desmoronamento do nome de Josivan como uma esperança do surgimento de um político diferente. Uma aliança PT-PSB não é problema. O problema é o modo como foi feita. Mossoró foi reduzida a moeda de troca e Josivan reduziu um ano de luta a um ato oportunista. Cuspiu no prato em que comeu e foi comer no prato em que cuspiu. Dizem que ele falou que cumpriu a meta de ficar conhecido. Acho que existem "n" formas de ficar conhecido. Ele escolheu a pior delas.

GO - Quais razões o levaram a se colocar em posição contrária à aliança com o PSB, já que o senhor chegou a fazer parte da gestão do PSB?

CN - A relação do PSB do Rio Grande do Norte com o PT é de oportunismo e arrogância. É uma relação da Casa Grande com a Senzala. O PSB rasteja aos pés do PT para cooptá-lo. Depois que recebe o apoio, suga o caldo e joga o bagaço fora. Foi o que vimos na Secretaria da Saúde, de onde o PT saiu porque não suportou a quebra de compromissos e a desonestidade das críticas imputando à gestão petista o caos da Saúde. O PT deixou a Sesap e o caos aprofundou-se. Na Fundação José Augusto, fomos tratados a pão e água. Tinha pouco orçamento e o que tinha não era liberado, conseguíamos recursos federais, mas não saíam as contrapartidas. A maior parte do pessoal que o PSB impôs à nossa equipe tinha o firme propósito de atrapalhar. Preparamos a saída, mas Iberê pediu que ficássemos, que com ele seria diferente. Até teve boa vontade, mas nada podia conseguir fazer pela nossa gestão. O problema menor que ele encontrou foi o câncer que era inicial. No Estado, ele achou em metástase. Ficamos até o final unicamente em solidariedade a ele. Se eu saísse da fundação, o PT romperia, pois nada nos ligava ao PSB. Agora, por exemplo, a única coisa que une o PT ao PSB do RN é o desejo de derrotar o DEM. Rosalba, eleita pela incompetência do PSB, hoje é quem obriga o PT a ficar neste saco de gatos de PSB e PSD. Tudo "farinha do mesmo saco". Quanto ao PSB de Mossoró, todos sabem que a deputada Sandra Rosado tratou o PT a cotoveladas. Somente uma pequena parcela, com quem ela tem interlocução, quer a aliança e a deputada Fátima Bezerra, que disse que não estava de olho em 2014, agora admite que sim. No mais, foi uma imposição da direção nacional, onde o PT entrou como contrapeso numa negociação nacional. Prevejo um resultado muito negativo.

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